São Paulo – A 80.ª Corrida Internacional de São Silvestre, a principal corrida de rua da América Latina e que fecha o ano esportivo no dia 31 de dezembro, tem mais destaques do exterior confirmados. Uma verdadeira legião queniana desembarca em São Paulo a partir de amanhã, e entre eles está Robert Cheruiyot, campeão da prova em 2002 e um dos principais nomes do Quênia no circuito internacional.

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Em 2002, ele ganhou a Corrida de San Fernando, em Maldonado (Uruguai), e em seguida fez sua estréia em maratonas em Milão (Itália), já com vitória. Poucos dias depois, apesar do cansaço, cruzou a linha de chegada da São Silvestre em primeiro, recolocando o seu país no topo do pódio.

Em 2003, ele voltou a surpreender. Mesmo estando fora do grupo de favoritos, onde se destacavam seus compatriotas Vincent Kipsos e Martin Lel (campeão da Maratona de Nova York), Robert ganhou a tradicional Maratona de Boston, com o tempo de 2h10min11seg, 24 segundos mais rápido que o segundo colocado, Benjamin Kimutai, também do Quênia. Mais experiente e acostumado aos grandes eventos, ele tem tudo para fazer bonito mais uma vez na São Silvestre. No ano passado, Cheruiyot ficou em quarto lugar.

Além de Cheruiyot, também estão confirmados os quenianos Lawrence Kiprotich, vencedor da Volta da Pampulha 2004, Mathew Cheboi, Teresia Kipchumba, Peninah Limakori, Benso Cherono, nono colocado na São Silvestre do ano passado, Benson Barus, Stephen Biwott, John Guaco e Lydia Cheromei, bicampeã da São Silvestre em 1999 e 2000 e a corredora mais rápida do mundo na distância (15 km) em 2004.

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A 80.ª São Silvestre contará com 15 mil atletas de vários países, sendo que a largada do feminino acontece às 15h15, enquanto o masculino começa às 17h. Os kits dos competidores começaram ontem a ser distribuídos pela direção de prova, durante a primeira feira da São Silvestre, no Ginásio do Ibirapuera, que fica na Rua Manoel da Nóbrega, 1361.

A grande novidade desta edição é o aumento do valor da premiação, que passou de R$ 90 mil, prêmio distribuído em 2003, para R$ 100 mil. Os campeões tanto do masculino quanto do feminino receberão R$ 21 mil. Os vice-campeões ficam com R$ 13 mil, os terceiros, R$ 8 mil, quartos, R$ 5 mil e quintos colocados, R$ 3 mil. Todos os atletas que terminarem a prova receberão uma medalha comemorativa. Já os 80 primeiros colocados receberão medalhão especial, bem como o atleta que já tiver 80 anos ou complete até 31 de dezembro.

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A 80.ª Corrida Internacional de São Silvestre é uma realização de A GazetaEsportiva.net, com oficialização da IAAF e organização técnica da Events e Ultracred Club. O apoio é da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Federação Paulista de Atletismo, Secretaria da Juventude, Esportes e Lazer do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de São Paulo. O patrocínio é de Wizard, Goodyear, Oi, Sedex, Siemens e Caixa.

São Silvestre: atleta visualiza pódio em 2005

São Paulo – Há nove anos, Adriana Aparecida da Silva estreou na São Silvestre com o objetivo de apenas completar a prova. Foi a 68.ª colocada. De lá para cá, melhorou ano a ano e ganhou 62 posições, terminando em sexto na última edição. Hoje, aos 23 anos, ela se diz preparada para subir ao pódio na corrida de sexta-feira. "Minha expectativa é estar no pódio, chegar entre as cinco primeiras será uma grande vitória" diz a atleta, natural de Cruzeiro, no Vale do Paraíba.

A primeira experiência em provas de rua foi aos 12 anos, num percurso de oito quilômetros. Foi campeã. Logo, foi chamada pela equipe Papaléguas, da sua cidade. Competiu em provas de pista, nos 5.000m e 10.000m, e representou a seleção brasileira juvenil em campeonatos mundiais e sul-americanos. A melhor posição foi um quarto lugar. Antes de se tornar atleta, Adriana trabalhou por dois anos como empregada doméstica e babá. "Era muito novinha, mas tinha de ajudar minha mãe (Jandira), porque perdemos o meu pai cedo", conta.

Mas a primeira medalha de ouro mudou a sua trajetória. Quando foi chamada para integrar a equipe de corrida da Papaléguas, a família da casa na qual ela trabalhava estava de férias. "Na volta, dei a notícia, de que viveria do atletismo, porque teria de viajar muito. A família ficou sentida", lembra.

Correr a São Silvestre sempre foi prioridade para Adriana, que intensificou os treinamentos. São dois treinos por dia, chegando a 140 km por semana. Corre sempre sozinha na parte da manhã e nos percursos mais longos é supervisionada de moto pelo técnico Sebastião do Prado. Com o sexto lugar na última São Silvestre, ela se motivou ainda mais.

Em agosto, teve a primeira surpresa do ano: foi a terceira colocada na Meia Maratona do Rio. Em seguida, foi quinta na Volta da Pampulha. Com tantos anos de São Silvestre, Adriana aprendeu a dosar cada trecho do percurso de 15 km. "A subida da Brigadeiro é apontada como a mais difícil porque é o final da prova e todo mundo está no limite. Mas há outras subidas que podem determinar a prova", diz. Como a subida do Minhocão. Às vezes, "parece que ela já está acabando, mas não, muita gente ‘quebra’ ali". No começo da carreira, ela não gostava da Av. Rio Branco, "um retão que não tem fim", porque não tinha bom condicionamento físico.

Grude

Para este ano, Adriana tem estratégia definida: grudar nas quenianas, para não dar "bobeira" na largada, como nos últimos anos. E vai manter um hábito nada comum na véspera. "Como muito chocolate, mato uma caixa de bombons." O time queniano tem dez atletas: Robert Cheruiyot (campeão em 2002), Lydia Cheromei (bicampeã em 1999 e 2000), Law-rence Kiprotich (campeão da Volta da Pampulha), Mathew Cheboi, Teresia Kipchumba Peninah Limakori, Benso Cherono, Benson Barus, Stephen Biwott, John Guaco.