Acabou a sina! Após duas derrotas em semifinais para o Liverpool, nos últimos três anos, o Chelsea desencantou. Ontem a equipe londrina venceu o rival por 3 a 1, em Stamford Bridge, e se garantiu na decisão da Liga dos Campeões pela primeira vez em sua história. O jogo de ida das semifinais havia terminado em 1 a 1, em Anfield Road. Para o time da terra dos Beatles, fica um gosto amargo, já que não era eliminado na fase semifinal desde a temporada de 1965.

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Drogba, que marcou duas vezes, foi o herói dos anfitriões. Lampard, de pênalti, fez o outro gol do time. Fernando Torres e Babel marcaram os tentos dos visitantes.

No próximo dia 21 de maio, em Moscou, Chelsea e Manchester United decidem quem é o melhor time da Europa.

Com o constante apoio de seus fanáticos torcedores, o Chelsea foi muito superior durante a primeira etapa. Com Lampard inspirado na armação das jogadas, e Kalou e Joe Cole se deslocando com muita velocidade pelos lados, o time de Avram Grant dominou as ações. Logo aos três minutos, um cartão de visitas: Drogba arriscou de longe e obrigou Reina a fazer difícil defesa no canto esquerdo.

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O Liverpool, por sua vez, parecia muito nervoso e não conseguia trocar passes que pudessem resultar em uma boa trama ofensiva. Somente Gerrard tinha alguns momentos de lucidez, como aos nove minutos, quando encontrou Fernando Torres sozinho na esquerda. O espanhol finalizou, mas Cech abafou bem.

Com Mascherano e Xabi Alonso mal na cobertura, os apoiadores dos Blues encontravam uma série de buracos na defesa adversária. Aos 18 minutos, Lampard deu linda assistência para Drogba, que ficou na frente de Reina. O marfinense tocou na saída do goleiro, mas a bola saiu à esquerda.

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De tanto insistir no ataque, a equipe londrina foi premiada aos 32 minutos. Lampard deu ótima assistência para Kalou, que deu linda finta em Hyypia e chutou. Reina espalmou e Drogba, no rebote, soltou um míssil no canto esquerdo e balançou as redes dos Reds. Aos 40 minutos, o Chelsea teve mais uma ótima chance na bola parada. Na entrada da área, Ballack colocou com perfeição, mas a bola foi para fora, muito perto do ângulo de Reina.

Os primeiros instantes do segundo tempo mostraram um Liverpool muito mais aguerrido, disposto a mudar a preguiçosa imagem que deixou na primeira parte. Logo aos dois minutos, Gerrard levantou bola na área, Hyypia desviou e Kuyt escorou na pequena área. Cech, com os pés, fez milagre e salvou os anfitriões.

Com os visitantes precisando sair para o jogo, a fim de fazer um gol e evitar a eliminação, a partida ficou mais aberta e ganhou ares de nervosismo. Os dois times procuravam trabalhar a bola no setor ofensivo, mas não conseguiam muitos espaços para a finalização. O Liverpool tinha mais a posse da bola, mas o setor de armação pouco fazia.

Foi quando um momento de inspiração iluminou o Liverpool. O até então inútil Benayoun fez jogada espetacular pelo meio-de-campo, se livrou de dois adversários e serviu Fernando Torres. O artilheiro espanhol não perdoou e tocou na saída de Cech, igualando o marcador em Londres.

Apesar de ter ficado um tanto atordoado com o gol de empate adversário, o Chelsea não demorou muito para se reencontrar em campo. Com grande presença de Essien pela faixa direita, os Blues ainda criavam boas oportunidades. Aos 35 minutos, o próprio ganense avançou pela lateral, se livrou de dois marcadores, mas bateu na rede pelo lado de fora.

Até o fim do tempo normal, a tensão e o nervosismo eram visíveis no semblante dos 22 jogadores. Os dois times ficaram muito cautelosos, trocavam passes laterais e procuravam se arriscar o mínimo possível. O que se desenhava foi confirmado: prorrogação.

Nos instantes iniciais do tempo-extra, o Liverpool se mostrou mais ligado e menos preocupado em segurar o jogo. Porém, poucos sabiam que os momentos a seguir reservariam polêmica e emoção. Aos cinco minutos, Essien aproveitou sobra na área, bateu e marcou o segundo gol do Chelsea. Mas o bandeirinha anulou, já que um jogador da equipe londrina, em condição irregular, atrapalhou o goleiro Reina. Um minuto depois, no entanto, a frustração se transformou em alegria. Em lance bobo, Hyypia deixou Ballack se antecipar na área e deu carrinho no alemão. Pênalti muito bem marcado pelo árbitro Roberto Rosetti. Na cobrança, Lampard cobrou com categoria, no canto esquerdo de Reina, que nem saiu na foto.

Aos 14 minutos, o golpe de misericórdia londrino. Após linda tabela com Malouda, Anelka entrou pela direita e cruzou para o meio da área. Drogba chegou fuzilando Reina, que nem viu a bola passar. Até o fim, foi só controlar a bola e esperar o tempo passar. O time de Avram Grant ainda levou um susto desnecessário, com o gol de Babel em falha de Cech. Porém, já estava escrito: Chelsea na decisão da Liga dos Campeões pela primeira vez na História. O Estádio Luzhniki, em Moscou, promete balançar no dia 21 de maio.