Há algum tempo o clássico Santos x Corinthians tem ganhado destaque especial. Mais precisamente desde 2001, quando o alvinegro de Parque São Jorge bateu o time praiano na semifinal do Paulistão, com um gol a dez segundos do apito final. A partir dali, a rivalidade cresceu ainda mais.
São Paulo (Ag. Placar) -No mesmo ano, as equipes se encontraram no brasileiro e o Timão venceu por 2×0 na fase classificatória. Aquela foi a última vitória corintiana sobre a equipe que revelou Pelé. Depois, na final do nacional, as equipes duelaram novamente. Mas aí a vila mais famosa do mundo já tinha um novo Rei: o garoto Robinho. Com suas pedaladas, o pequeno atacante derrotou o adversário e sagrou-se campeão. Desde então, passados três anos, o Corinthians nunca mais venceu o Peixe.
No entanto, se antes ele reinava soberano, um novo ídolo o ameaça: Carlitos Tévez. Maior contratação do futebol brasileiro, o argentino é recatado fora do campo, mas dentro das quatro linhas é capaz de fazer o mesmo estrago. E especialmente por causa destes dois personagens, a partida deste domingo, às 16h, na Vila Belmiro, ganhou ares mais grandiosos. Se de um lado existe um tabu a ser quebrado, do outro há a soberania dos desafios.
O fato de ser o atual campeão brasileiro poderia apontar o Santos como o favorito para o clássico. Mas a realidade é diferente. O Peixe, que soma 14 pontos e ocupa a vice-liderança na tabela, vem de um empate sem gols com o Guarani, em casa, e um novo tropeço poderá desencadear uma crise, às vésperas da estréia da equipe na Copa Libertadores (o time faz seu primeiro jogo pela competição na próxima quarta-feira, contra o Bolívar, em La Paz).
Como se não bastasse o clima de tensão, o meia Ricardinho, substituído no jogo contra o Guarani, com dores na panturrilha, foi vetado pelo departamento médico do Peixe. Além de contar com a volta de Robinho ao ataque, Oswaldo dá seqüência ao rodízio e escalou Mauro no gol.
Na lateral-esquerda, Léo, que no começo do ano recebeu uma proposta milionária para defender o próprio Corinthians e preferiu ficar no Santos. Segundo o jogador, sua equipe vai para o clássico com todas as forças em busca dos três pontos. "Temos que vencer o Corinthians. Vamos entrar com tudo nesse clássico. O Santos é Santos, e nós vamos buscar a vitória."
Do outro lado, ao contrário dos últimos confrontos, o clima é bom. Vindo de quatro vitórias consecutivas, o ambiente no Parque São Jorge é de alegria. Ainda mais após a vitória sobre o Rio Branco, por 3 x 1, diante de 30 mil corintianos. Nem por isso, o técnico Tite acredita que sua equipe, que tem 12 pontos e está em quarto lugar, seja a favorita. "Em clássico, não importa a posição das equipes na classificação, e sim a garra com que elas entram em campo", disse.
Satisfeito com o bom rendimento de sua equipe na estréia do 4-4-2, o treinador deve manter o mesmo esquema diante do Santos. Mas com duas alterações no time. Sem Carlos Alberto, expulso na última partida, Tite deve promover a volta de Gil, que deve atuar mais recuado, revezando com Jô. Na defesa, Anderson, que estava na seleção brasileira, é a novidade ao lado de Betão. Assim, Marinho volta para o banco de reservas.
Para Gil, que retorna ao time após contusão na coxa direita, jogar mais recuado não é problema. "É claro que no esquema 4-4-2 ocorre um desgaste maior para quem joga no meio-campo, pois precisamos voltar mais para a marcação. Mas o revezamento com o Jô é bom, nós já jogamos assim no ano passado e se o time estiver bem, fica mais fácil jogar", acredita.
Sobre o favoritismo, Gil prefere não comentar. "Nós estamos em um bom ritmo e temos chance de ganhar. Acho que hoje temos um time que pode jogar de igual para igual. Mas precisamos ter calma e jogar nosso futebol", finalizou.
Ficha técnica
Santos: Mauro, Paulo César, Ávalos, Domingos e Léo; Fabinho, Tcheco, Fábio Baiano e Basílio (Luís Augusto ou Bóvio); Robinho e Deivid. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Corinthians: Fábio Costa, Edson, Anderson, Betão e Fininho; Wendell, Rosinei, Dinélson e Gil; Tevez e Jô. Técnico: Tite.
Local: Vila Belmiro (Santos-SP). Árbitro: Edílson Pereira de Carvalho. Assistentes: Ana Paula da Silva Oliveira e Maria Eliza Correa Barbosa.