Chegou o dia do campeão

Yokohama, Japão

(AE) – O século 20 no futebol termina hoje à noite, quando Brasil e Alemanha se enfrentarem no Estádio de Yokohama, na festa de despedida do mundial de 2002. A primeira Copa na Ásia e do terceiro milênio será palco, enfim, de uma decisão aguardada há quase 50 anos. As duas seleções dominam a história moderna da competição, com sete títulos – os brasileiros ganharam em 58, 62, 70 e 94, enquanto os alemães ficaram no topo do pódio em 54, 74 e 90.

Os sul-americanos ainda foram vice-campeões em 50 e em 98 e os europeus amargaram o segundo lugar em 66, 82 e 86. O duelo inédito no campeonato está marcado para as 20 h locais – 8h da manhã, horário de Brasília – e terá a direção do árbitro italiano Pierluigi Collina.

O clássico jamais realizado em mundiais serve para estabelecer a “hierarquia do futebol”, conforme definiu anteontem Carlos Alberto Parreira, campeão em 1994.

A equipe de Luiz Felipe Scolari ganhou seis partidas, tem o melhor ataque (16 gols) e uma das defesas mais eficientes (4).

Com isso, garantiu presença do País pela terceira vez consecutiva na decisão. O grupo de Rudi Voeller não fica muito atrás, com cinco vitórias e um empate (1 a 1 com a Irlanda). Os atacantes fizeram 14 gols e a zaga sofreu só um – é a menos vazada.

Brasil e Alemanha chegaram desacreditados à Coréia e ao Japão. A seleção sofreu nas eliminatórias, nas quais venceu 9 jogos, empatou 3 e perdeu 6. O sistema 3-5-2 de Felipão foi alvo de críticas até durante a Copa. Rudi Voeller esteve com a cabeça a prêmio depois da surra de 5 a 1 que levou da Inglaterra, em Munique, na fase de classificação. O time ganhou a vaga na repescagem com a Ucrânia. Além disso, sofreu baixas na etapa final de preparação.

“Na festa do sorteio das chaves, em dezembro, me encontrei com Voeller e disse que poderíamos nos rever na final”, recordou Felipão, depois da vitória sobre a Turquia, na semifinal. “E isso vai ocorrer. Espero que seja um grande jogo.” Independentemente do resultado, os finalistas saem no lucro – financeiro, porque faturam em torno de US$ 7 milhões, e técnico, pois o Brasil voltará a liderar o ranking internacional e a Alemanha pode subir para a segunda colocação.

Os alemães não precisarão disputar as eliminatórias para 2006, porque estão automaticamente classificados como anfitriões. Os brasileiros devem passar por esse desgaste, mesmo que venham a conquistar o título. A Fifa decidiu que a partir de agora o campeão de uma edição da Copa não tem mais presença garantida na subseqüente.

No confronto de Yokohama há mais em jogo do que a taça de cinco quilos de ouro de posse transitória, a ser erguida por Cafu ou por Kahn, os capitães. Ronaldo tem 6 gols, é o artilheiro e sonha com indicação de melhor da Copa. Klose marcou 5 vezes, assim como Rivaldo, outro que está na lista dos destaques elaborado pela Fifa. “Oportunidades assim são rara,” diz.

Rivado, e Ronaldo terão pela frente a muralha chamada Kahn. O goleiro alemão está no time ideal da Copa e também concorre ao prêmio de melhor jogador.

Os goleiros podem brilhar não só no tempo normal. Se houver empate, está programada prorrogação, com a “morte súbita” (quem fizer primeiro vence). Se persistir a igualdade, o título será definido nos pênaltis, como aconteceu até hoje apenas em 94, na campanha do tetra do Brasil (0 a 0 com a Itália).

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