O presidente da Federação Paulista de Basquete (FPB), Enyo Correia, foi indiciado sob acusação do crime de estelionato após investigação conduzida pelo 65º Distrito Policial de São Paulo. O inquérito foi aberto após boletos em nome da entidade, emitido por uma empresa terceira, serem encontrados na estação de metrô de Artur Alvim. O Ministério Público agora decidirá se o dirigente será processado.

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Segundo investigação, Enyo abriu a SPM Comércio e Promoção de Eventos Esportivos, com sede em Caçapava, interior de São Paulo, para emitir os boletos em nome da FPB. Os códigos de barra direcionaram os pagamentos dos clubes à conta bancária em nome de sua empresa.

No inquérito, clubes como Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Paulistano, todos filiados à FPB e que pagaram os boletos encontrados no metrô, foram ouvidos e afirmaram não ter conhecimento do procedimento adotado pelo presidente.

Apesar da denúncia já ter sido oferecida, o 65º DP continua investigando o caso. A polícia vai pedir a quebra do sigilo bancário da SPM e da FPB. A intenção é descobrir o caminho do dinheiro. Enyo fez uso de sua empresa de dezembro de 2017 até junho de 2018.

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O presidente da FPB se defendeu. “Tudo será esclarecido, será provado que não teve dolo, não houve ilegalidade”, afirmou Enyo, em entrevista ao Estado. “Pensamos apenas em preservar o ativo financeiro da entidade”, completou.

Em nota enviada aos clubes filiados no dia 16 de agosto, o presidente alegou que os boletos foram emitidos por uma empresa terceirizada “em uma das fórmulas aplicadas visando se proteger dos constantes bloqueios judiciais ocorridos na conta corrente da federação” por causa da grave situação financeira da entidade. Os bloqueios atingiram inclusive uma conta particular do dirigente.

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Ainda segundo Enyo, após adotar o procedimento, foi possível negociar um acordo com a instituição bancária para o pagamento do saldo devedor e que isso possibilitou novamente a emissão dos boletos diretamente pela FPB. A entidade está pagando um total de 72 parcelas de um acordo que começou em maio de 2018.

A entidade também espera pela apuração de como os boletos saíram da sede da entidade e foram parar na estação de metrô em Artur Alvim.