O Palmeiras vai ter nesta quinta-feira a concretização de um ato político que já teve interferência na vida do clube. Em um hotel na região central de São Paulo, a chapa “Palmeiras Forte” lançará os candidatos à eleição no Conselho Deliberativo. Entre eles está o casal dono da Crefisa, pivô do rompimento entre o atual presidente, Maurício Galiotte, e o antigo ocupante do cargo, Paulo Nobre.
José Roberto Lamacchia e Leila Pereira já foram inscritos para a eleição do próximo dia 11. Os empresários donos da financeira e da Faculdade das Américas, dois patrocinadores do clube, têm o apoio do ex-presidente Mustafá Contursi, articulador da chapa, para tentarem participar mais ativamente da política palmeirense.
A ambição do casal provocou a cisão entre antigos aliados. Nobre indicou Galiotte como sucessor, em eleição realizada em novembro passado. Porém, pouco depois da transição, no mês seguinte, os dois se distanciaram justamente por terem opiniões opostas sobre a participação de Leila e Lamacchia.
Pouco antes de deixar o cargo, Nobre apontou irregularidades no registros de ambos como sócios do Palmeiras. O ex-dirigente concluiu que eles teriam título associativo no clube há pouco mais de um ano e se valeram de uma matrícula retroativa, de 1996, para atender à exigência de oito anos como sócio, prevista no estatuto, para pleitear a vaga no conselho.
Galiotte assumiu a presidência e logo cancelou a impugnação feita pelo antecessor. Isso irritou Nobre. O atual mandatário sempre teve mais proximidade com os empresários mesmo quando ainda era vice.
O casal foi o maior ponto de discordância entre Nobre e Galiotte, mas não o único. O antigo presidente esperava ter mais espaço na atual gestão, principalmente no futebol. No entanto, a amizade enfraqueceu e eles não se falam mais.
No início das discussões para definir quem seria seu sucessor, Nobre tinha intenção de colocar Genaro Marino, seu outro vice-presidente, como candidato. Mas aceitou o conselho de seus aliados para designar Galiotte para posto, por ter maior prestígio no clube.
Leila e Lamacchia têm boa aceitação no conselho, segundo apurou o jornal O Estado de S.Paulo. No ano passado, investiram R$ 80 milhões entre patrocínio na camisa e os salários do atacante paraguaio Lucas Barrios. O contrato atual vence neste mês e a renovação está encaminhada.
No começo deste ano, o casal, que é torcedor da equipe, repassou mais de R$ 20 milhões para ajudar na contratação de reforços para a temporada. A quantia ajudou a trazer o meia venezuelano Guerra, ex-Atlético Nacional, da Colômbia. O jogador, aliás, deve ser apresentado na próxima semana na sede da Faculdade das Américas, em São Paulo.