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Chamado de ‘mercenário’, Pablo reclama: ‘O Corinthians não cumpriu o combinado’

Foram quase seis meses de negociação com o Corinthians para acabar sem acordo e Pablo teve que retornar ao Bordeaux, da França. Neste período, o zagueiro sempre mostrou dedicação em campo, foi um dos melhores do time na conquista do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro em 2017, mas questões financeiras evitaram a sua continuidade e a possibilidade de virar ídolo no clube.

Em entrevista ao Estado, o defensor abriu o jogo e apresentou a sua versão para ter deixado o clube: “Não cumpriram o combinado”. Ele ainda falou sobre o retorno ao Bordeaux, seleção brasileira, entre outros assuntos.

Como foi voltar ao Bordeaux após um ano tão bom?

Estou muito feliz com a minha volta e como está acontecendo tudo. Estávamos em baixa, estamos subindo na tabela (ele participou de cinco jogos, sendo quatro vitórias e uma derrota) e podemos voltar a pensar grande no Francês. Penso em seleção brasileira e jogar em um grande clube da Europa.

O que aconteceu para você não permanecer no Corinthians?

Foi uma negociação bem desgastante (com a diretoria anterior). Foram oito meses, quase um ano e sempre me perguntavam se eu ia ficar ou não. Gerou uma expectativa muito grande e o que eu queria deixar claro é que minha passagem foi muito marcante para a minha carreira. Voltei para o Bordeaux de outra forma. Antes, eu era um jogador que ninguém conhecia e hoje isso mudou. Não guardo mágoa de ninguém do Corinthians e queria falar também que o Fábio Carille é um cara excepcional, de conhecimento tático espetacular e um amigo, que a gente conversa até hoje. Quero deixar bem claro tudo isso.

Perfeito, mas a diretoria do Corinthians disse que você e seu empresário pediram muito dinheiro para renovar e vocês ficaram com fama de mercenário. Vocês realmente pediram muito para renovar?

Foi o contrário. É só vocês pesquisarem um pouco mais atrás. No meio do ano saiu que tínhamos acertado a renovação de contrato. Algumas semanas depois, o Corinthians avisou a gente que não queria mais fechar aquele acordo que tínhamos acertado. O Fernando (César, empresário) e eu somos muito transparentes e honestos e sei que não fizemos nada de errado. O Fernando e eu trabalhamos juntos há oito anos. Ele me tirou lá do Ceará e fez minha carreira decolar. Eu não falei nada antes, como estou falando agora.

O Corinthians fez um acordo no meio do ano e depois quis mudar os valores?

Exatamente, eles não cumpriram o combinado, mas ficou como se nós tivéssemos mudando o discurso, que pedimos mais, que somos mercenários e aquelas coisas todas. Não mudamos em nada. O Corinthians que aceitou um acordo e depois chamou a gente para fazer outro. Até tentamos conversar, mas não deu certo.

Você e seu empresário foram muito criticados durante a negociação e nunca se defenderam. Qual o motivo da postura?

Eu sei disso, mas entendemos que não era o momento e talvez poderíamos entrar em um acordo. Vida que segue. O Corinthians está bem e eu estou bem na França. O mais complicado foi para a minha família. Pessoal entrava no Instagram da minha esposa e ficava xingando. É complicado.

Você negociou com outros clubes? Falaram de Flamengo, Atlético Mineiro, Palmeiras…

Sim, chegaram propostas de alguns clubes, mas o Bordeaux não queria me vender e não quer me vender agora também, tanto que recebi proposta de um time europeu também, me seguraram e ainda renovaram o meu contrato para ganhar praticamente o que eu ganharia se tivesse aceitado alguma dessas propostas que chegaram. Fico feliz pelo reconhecimento.

Você falou de voltar para a seleção. No Bordeaux acha possível?

Analisei isso antes de voltar, mas acredito que dê para o Tite ver alguma coisa, sim, principalmente em jogos grandes, contra o PSG e o Monaco, por exemplo.

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