Ceni volta a falhar e São Paulo perde do Criciúma

Rogério Ceni vai encerrar a carreira no fim desta temporada e não quer pôr fim à sua trajetória com o São Paulo na Série B. Mas para isso ele precisa calibrar o pé ou deixar de ser teimoso. Nesta quinta-feira, o goleiro perdeu o terceiro pênalti seguido, cobrança que fez falta na derrota por 2 a 1 para o Criciúma, diante de mais de 30 mil torcedores tricolores no Morumbi.

Durante todo o jogo, mas principalmente no segundo tempo, atrás no placar, o São Paulo imprimiu bom ritmo, com amplo domínio da posse de bola. Mas os erros custaram caro: um pênalti bobo de Rodrigo Caio, que permitiu ao Criciúma abrir o placar, e um contra-ataque em que a defesa bateu cabeça e os visitantes fizeram no segundo.

Com a derrota, o São Paulo perdeu a chance de sair da zona de rebaixamento (se tivesse vencido pularia para o 13º lugar). Ainda é o 18º, com 18 pontos, enquanto o Criciúma está em nono, com 23. Para fechar uma série de quatro jogos em oito dias, o time tricolor visita o Coritiba, domingo. No mesmo dia, em Santa Catarina, o Criciúma enfrenta o Botafogo.

O JOGO – Por conta do desgaste físico dos atletas e da dificuldade de achar a melhor formação do time, Paulo Autuori voltou a modificar bastante o time do São Paulo. Machucado, Douglas fez Paulo Miranda ser improvisado na lateral, o que causou a ida de Rodrigo Caio para a zaga e a entrada de Fabrício no meio. Rafael Toloi entrou na vaga do suspenso Antônio Carlos. E essas eram só as alterações defensivas. No ataque, Osvaldo e Lucas Evangelista viraram reservas para as entradas de Aloísio e Negueba.

Com tantas mudanças, o São Paulo começou o jogo sendo pressionado, mas nada que levasse muito perigo a Rogério Ceni. O próprio goleiro teve a chance de abrir o placar, numa falta aos 19 minutos, mas bateu em cima de Galatto, que já havia feito grande defesa em chute de Negueba, pouco antes.

Aí veio a falha que começou a mudar o jogo. Marlon recebeu em velocidade na lateral esquerda da área tricolor, adiantou a bola em direção à linha de fundo, e foi derrubado por Rodrigo Caio, que chegou atrasado e fez falta absolutamente desnecessária. Pênalti que Marcel bateu no meio do gol para abrir o placar.

Empurrado pela torcida, o São Paulo partiu em busca do empate e teve três chances com Luis Fabiano. Numa ele arriscou de longe e Galatto pegou, em outra a tentativa foi a queima-roupa, em cima do goleiro, e na terceira o atacante cabeceou para fora.

A demora em conseguir o gol fez o São Paulo começar a dar mostrar de ansiedade. E foi assim que o time foi punido aos 41 minutos. Após erro de Jadson, o Criciúma puxou contra-ataque no quatro contra três. O cruzamento veio da direita, Rodrigo Caio saiu da marcação de Lins deixando para Rafael Toloi, o zagueiro errou o posicionamento, e deixou Lins livre para marcar, quase sem ângulo.

Pelo que (não) fez no primeiro tempo, era claro que Jadson sairia no intervalo para dar lugar a Ganso. Dito e feito. Com um meia de armação, o time cresceu. Não sem antes levar um grande susto, antes de o relógio marcar 30 segundos. Em mais uma falha da zaga, Lins saiu na cara de Rogério Ceni, tirou do goleiro, mas colocou na trave.

A pressão levantou a torcida até que, aos 16, Aloísio foi derrubado por Galatto na área. O atacante botou a bola embaixo do braço e avisou: “Eu bato, eu bato. Eu sofri, eu bato”. Enquanto ele ajeitava a bola na marca do pênalti, viu Rogério Ceni atravessando o campo para cobrar.

O goleiro até que não bateu mal, mas Galatto acertou o canto e fez linda defesa para sacramentar o quarto pênalti seguido do São Paulo. Rogério errou contra o Bayern de Munique e a Portuguesa, disse que não bateria mais, e Jadson falhou diante do Flamengo.

Pouco depois o São Paulo descontou. Aloísio recebeu de costas para o gol na entrada da área, girou sobre a marcação e bateu rasteiro, no canto de Galatto. Com o gol, recolocou a torcida ao lado do time.

As chances foram sendo criadas e perdidas. Com Aloísio, Paulo Miranda, Lucas Evangelista, Luis Fabiano, e até Osvaldo, que entrou no lugar de Negueba, recebeu na pequena área, teve a chance de encerrar um jejum de quase um semestre sem fazer gols, mas mandou para fora. Não era mesmo o dia do São Paulo, que homenageava o ídolo Leônidas da Silva com um uniforme retrô. Nesta sexta-feira celebra-se os 100 anos de nascimento do “Diamante Negro”.

FICHA TÉCNICA:

SÃO PAULO 1 x 2 CRICIÚMA

SÃO PAULO – Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rodrigo Caio, Rafael Toloi e Reinaldo; Wellington, Fabrício (Lucas Evangelista) e Jadson (Paulo Henrique Ganso); Negueba (Osvaldo), Aloísio e Luis Fabiano. Técnico – Paulo Autuori.

CRICIÚMA – Galatto; Sueliton, Matheus Ferraz, Leonardo Moura e Marlon (Gilson); Serginho, Elton e João Vitor; Lins, Marcel (Douglas) e Cassiano (Morais). Técnico – Sílvio Criciúma (interino).

GOLS – Marcel (de pênalti), aos 22, e Lins, aos 41 minutos do segundo tempo. Aloísio, aos 24 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Wagner Reway (MT).

CARTÕES AMARELOS – Douglas, Matheus Ferraz, João Vitor e Cassiano.

RENDA – R$ 347.657,00.

PÚBLICO – 33.738 pagantes.

LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo.

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