Amanhã o Brasil terá a oportunidade de demonstrar mais uma vez que é o país do futebol, mas com algumas diferenças: as partidas serão realizadas em uma quadra com bandas laterais; a bola emitirá sons e os jogadores não enxergam. Isso mesmo, o País sedia o III Mundial de Futebol para Cegos e tem grandes possibilidades de se consagrar tricampeão mundial.
Esta é a segunda vez no ano que a Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC) se une à International Blind Sports Federation (IBSA – órgão que administra o desporto para cegos e deficientes visuais no mundo), para realizar, no Brasil, competições mundiais. O evento acontece de amanhã ao próximo dia 8 de dezembro e terá a participação de nove paises: Argentina, Brasil, Coréia, Colômbia, Espanha, França, Grécia, Inglaterra e Paraguai, reunindo cerca de 100 atletas.
O futebol para cegos é um esporte ainda desconhecido no mundo, pois somente em 1997 aconteceu a primeira competição internacional – em Assunção, no Paraguai, quando o Brasil se destacou pelo seu nível técnico e habilidade dos atletas, conquistando o título. Desde então, o País vem através dos anos colecionando títulos e se firmando como a maior potência mundial do esporte. Hoje ele é bicampeão mundial e da Copa América.
Mesmo com todas essas conquistas a sociedade brasileira ainda não conhece o futebol para cegos. Um dos principais objetivos de ter o Brasil como sede é a divulgação do esporte no território nacional, dando visibilidade também para essa seleção brasileira e fomentando a modalidade em todas as regiões do País. Outro objetivo foi a aprovação do esporte como paraolímpico a partir de 2004. O III Mundial de Futebol é classificatório para os Jogos Paraolimpícos de 2004.
O futebol para cegos tem as mesmas regras do futsal, com adaptações: dentro da bola existe um guizo, que serve para orientação dos atletas; nas laterais da quadra há bandas laterais, que limitam o diâmetro da quadra, além de dar continuidade ao jogo; os jogadores jogam vendados; os goleiros são videntes e os times utilizam um chamador atrás do gol (pessoa que orienta os atletas para o lado que a bola deve ser chutada).