Enquanto o dono do jogo, Eden Hazard celebrava com seus companheiros, o goleiro Petr Cech ficava num canto, olhando para o horizonte. Da última vez que o belga e o checo atuaram em uma final de Liga Europa seis anos antes, venceram juntos pelo Chelsea. Nesta quarta-feira, Hazard tinha acabado de marcar o quarto gol para sua equipe, o quarto sofrido por Cech, que agora estava no Arsenal. Um dos maiores goleiros de sua geração, o jogador de 37 anos parecia estar vivendo o melhor momento para se aposentar: uma final de torneio continental contra o clube pelo qual viveu seu melhor momento na carreira. Em vez disso, amargou um revés de 4 a 1, numa final que não teve nada do que esperava.
Apesar disso, Cech se disse orgulhoso por ter evitado uma derrota ainda mais traumática para seu clube. “Devo dizer que fiz tudo o que podia para que não tivesse arrependimentos em relação a este dia”, afirmou, lamentando ter trabalhado o ano todo para “terminar sem nada” no fim da temporada.
Os quatro gols sofridos pelo checo marcaram a maior quantidade de bolas nas redes de um goleiro numa final da competição desde 2006, quando o Sevilla marcou o mesmo número de vezes frente ao Middlesbrough. A “vítima” naquele dia havia sido o australiano Mark Schwarzer.
Em meio a especulações, Cech não chegou a negar que deve assumir o papel de diretor esportivo do Chelsea na próxima temporada – o goleiro não quis comentar sobre seu futuro. “Queria levantar o troféu, sentar e pensar. Até 30 de junho continuo como jogador do Arsenal”, disse.
Em 2006, quando sofreu uma grave lesão na cabeça, havia muitas dúvidas a respeito da volta do camisa 1. Porém, com duas placas de metal inseridas em seu crânio e o usando uma espécie de capacete de rúgbi desde então, que passou a ser uma marca registrada, Cech estaria de volta aos campos três meses depois. Nesta quarta-feira, pode ter se aposentado como herói não só para o Chelsea, clube pelo qual venceu o Campeonato Inglês quatro vezes e uma Liga dos Campeões, mas para a sua República Checa.