Um é pouco, dois é bom e três Thomaz Bellucci está longe de ser demais. É esse o pensamento e o trabalho de formação de novos atletas que Emílio Sanchez, coordenador técnico da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), espera realizar até o Rio 2016.
Em uma das suas raras visitas ao País, o espanhol comemorou o 37.º lugar do ranking alcançado pelo número 1 do País na segunda-feira, mas já adiantou que para os Jogos Olímpicos do Rio é preciso preparar outros nomes que possam ganhar medalhas.
Ex-número 7 do ranking e atual técnico campeão da Copa Davis, Sanchez sabe bem das dificuldades do circuito profissional. Para isso, quer mais suporte técnico para Bellucci, de apenas 21 anos, além de uma maior organização para os jogadores que estão começando.
“O Bellucci estará na Olimpíada em seu melhor momento. Se continuar com esta progressão, terá de ser o líder dos outros. Se todos nós trabalharmos bem, ele deverá ser o espelho para os outros cinco, seis jogadores”, disse Sanchez, durante o V Simpósio Internacional de Tênis, realizado de 31 de outubro a 2 de novembro, em São Paulo.
Apesar de toda a disposição, o espanhol sabe que a missão não é fácil. Mesmo assim, repete o discurso até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que não quer que o Brasil realize uma Olimpíada para que os outros venham ganhar medalha. “É um trabalho em longo prazo. Não se pode jogar a Olimpíada por jogar, tem que jogar para ganhar”, afirmou Sanchez.
O espanhol lembrou os bons tempos em que Gustavo Kuerten brilhava nas quadras e alavancava os companheiros de equipe. O mesmo acontece na Espanha, que além de Rafael Nadal, tem outros três tenistas -Fernando Verdasco, Tommy Robredo e David Ferrer – entre os 20 melhores do mundo.
“Tem que ser como Kuerten, que foi um motor, com mais dois ou três, que formaram um boa equipe, mas para fazer uma produção contínua tem que trabalhar todos juntos, como aconteceu na Espanha”, exemplificou o coordenador técnico.
Diferentemente do que quer a CBT, Sanchez não vê a necessidade de um Centro de Treinamento para os atletas que disputam a Copa Davis, por exemplo. Para ele, a necessidade mais urgente é de uma sede de serviços para todas as categorias do tênis.
“Precisamos prestar serviços para as federações estaduais, para os clubes, para os profissionais, para os juniores, para os cadeirantes, para todos. O Brasil já tem centros de treinamentos bons e não precisa de mais um para competir com os outros”, explicou.