São Paulo – A equipe brasileira que vai para a repescagem da Copa Davis contra o Paraguai – entre os dias 9 e 11 de abril – não terá nenhum jogador entre os 190 melhores do ranking mundial da ATP. Numa resposta ao boicote promovido por Gustavo Kuerten, Flávio Saretta, André Sá e Ricardo Mello -a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) decidiu ontem formar uma nova equipe e convocou os jogadores Julio Silva, Marcos Daniel e Alexandre Simoni.
Até segunda-feira serão chamados mais dois jogadores. O capitão da equipe será Carlos Chabalgoity. O Brasil precisa vencer o Paraguai para voltar a integrar a elite do tênis mundial.
Décimo primeiro colocado no ranking brasileiro, Julio Silva ocupa a posição de número 346 no ranking de Entradas. Marcos Daniel é quarto no Brasil, mas apenas o 194 no ranking mundial. Alexandre Simoni é o 10º no Brasil e o 296 no ranking mundial. A lista de Entradas leva em conta o desempenho do tenista nas últimas 52 semanas.
Boicote
A equipe titular da Davis decidiu boicotar a competição em protesto, entre outras coisas, contra a decisão do presidente da CBT, Nelson Nastás, de trocar o capitão do time. O dirigente dispensou Ricardo Acioly e colocou Jaime Oncins no lugar. Contrariados, os jogadores resolveram não disputar a repescagem. E foram além. Passaram a exigir a imediata renúncia de Nastás.
O presidente recuou e antecipou em oito meses as eleições (foram marcadas para 15 de maio); prometeu não concorrer à reeleição e deixou para os jogadores a tarefa de indicar o capitão. Mesmo assim, os jogadores decidiram manter o boicote. Diante disso, Nastás deu um prazo até as 15h de ontem para que os atletas reconsiderassem a decisão. Como isso não ocorreu, fez uma nova convocação.
“Não entendo o silêncio deles. Fiz tudo o que tinha que ser feito. Não é a mim que eles estão atacando. Estão sim é prejudicando o tênis brasileiro”, disse Nelson Nastás, antes de anunciar a nova equipe. O prazo para a inscrição dos jogadores termina apenas no dia 30, mas o dirigente resolveu definir a equipe antes disso, argumentando que estava sendo pressionado pela ITF (Federação Internacional de Tênis) já que até agora não havia conseguido confirmar nem mesmo o local das partidas.