A CBF, e por extensão a seleção brasileira, tem envolvimento com empresas que estão na mira do FBI. Durante o julgamento do ex-presidente José Maria Marin, em Nova York, foi revelado que a Full Play vendia nos Estados Unidos os direitos de TV do Campeonato Argentino, mas que isso ocorria graças a outra companhia: a Pitch International.
A Pitch foi a empresa que assinou um contrato com a CBF em 2012 para organizar os amistosos da seleção brasileira e, claro, revender os seus direitos de TV no exterior. O acordo é por 10 anos, até 2022, e deverá ser honrado. “Sem prejuízo dos contratos em vigor, a CBF sempre busca adaptações positivas aos interesses do futebol brasileiro”, disse a CBF ao jornal O Estado de S.Paulo por meio de nota. “A discussão de novos contratos ou modelos de negócio dependem do encerramento dos acordos atuais”.
Em junho de 2015, ao depor na Câmara dos Deputados, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, disse que o contrato com a Pitch seria “reavaliado”.
Antes de 2012, foi justamente a venda de direitos sobre a seleção para intermediários da saudita ISE que permitiu, segundo investigações na Espanha, que mais de 8 milhões de euros fossem distribuídos entre o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell. Eles negam.
No mercado interno, a CBF tentou mudar o modelo de venda dos direitos. Em setembro, abriu concorrência para 37 jogos da seleção até 2022 (28 amistosos e os 9 pelas Eliminatórias da Copa do Catar). O pacote para TV aberta e por assinatura não teve lance. Em outubro, a entidade fechou com a Globo. O valor não foi revelado. A CBF afirma que o sistema de leilão “é um modelo vigente conforme estabelecido em seu estatuto e nos regulamentos internos”. (colaborou Almir Leite, de São Paulo)