CBF quer Luxemburgo na Seleção

Rio – Em agosto, depois da Copa do Mundo, a seleção brasileira vai ter novo treinador. Carlos Alberto Parreira, mesmo que a campanha na Alemanha seja vitoriosa, já deu vários sinais de que não continuará no cargo. Ele estará abrindo espaço para Vanderlei Luxemburgo, cada vez mais cotado para substituí-lo no comando da seleção.

Entre dirigentes da CBF, a mudança não é assunto prioritário: estão todos voltados para a conquista do hexacampeonato. Ao mesmo tempo, interlocutores do presidente Ricardo Teixeira dão como certa a volta de Luxemburgo à seleção. Em viagem recente a Moscou, para amistoso com a Rússia, o tema foi abordado entre pessoas muito próximas a Teixeira e o nome do atual técnico do Santos surgia numa bolsa de apostas imaginária como mais do que favorito – ele estaria muito à frente de outros candidatos, entre os quais Luiz Felipe Scolari e Paulo Autuori.

O título do Campeonato Paulista com uma equipe modesta só aumentou o prestígio de Luxemburgo na CBF. Com isso, estaria chegando o momento de Ricardo Teixeira lhe dar outra oportunidade e assim sepultar de vez as rusgas por causa dos problemas que obrigaram o dirigente a demiti-lo em 2000, logo após a eliminação do time na Olimpíada da Austrália. Na verdade, a derrota para Camarões, que atuava com menos dois jogadores, precipitou a queda do treinador, mas havia outros motivos para sua demissão.

O principal deles se referia a onda de denúncias de irregularidades atribuídas a Luxemburgo que ganhava destaque até na imprensa internacional – chegou a ser condenado por sonegação fiscal, mas foi acusado sem provas de ter cometido outros crimes. Teixeira temia que a repercussão dessas questões na Justiça pudesse ?contaminar? a seleção principal, então na disputa das Eliminatórias do Mundial de 2002.

Beijo no rosto

De acordo com ex-funcionário do primeiro escalão da CBF, que conviveu com Luxemburgo e Teixeira entre 1998 e 2000, o dirigente sofreu e hesitou bastante antes de decidir afastar o treinador. Os dois eram tão próximos que costumavam se cumprimentar com beijo no rosto quando se encontravam na concentração da seleção ou na sede da entidade. Ao optar pela saída de Luxemburgo, a direção da CBF contratou Emerson Leão, com quem não manteve boa relação.

Em poucos meses, o técnico, hoje no Palmeiras, passaria a desafiar publicamente o comando da confederação -como no dia em que calçou um tênis de empresa concorrente à patrocinadora da seleção, durante treino no Japão, onde o Brasil participava da Copa das Confederações, em 2001. Com o fracasso do time na competição, Leão acabou demitido no aeroporto, em Tóquio. Jamais voltará à seleção enquanto Teixeira presidir a CBF.

Felipão

Quanto a Scolari, que substituiu Leão e levou o time ao pentacampeonato, há clara intenção do técnico de permanecer na Europa após a Copa. Ele pode continuar com a seleção de Portugal, dirigir a Inglaterra ou algum clube de ponta do continente. Mas se mudar de idéia, e quiser voltar ao Brasil, não estará no topo da lista de Ricardo Teixeira – o 1.º lugar já terá dono: Vanderlei Luxemburgo. Se depender do presidente do Santos, Marcelo Teixeira, porém, o técnico não deixa a Vila Belmiro.

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