A comissão técnica da seleção brasileira promete aumentar ainda mais o descontentamento dos clubes europeus. Além de manter firme a posição de não liberar dos amistosos os atletas que atuam em clubes estrangeiros, a intenção da CBF é a de conseguir a cessão desses jogadores cinco dias antes do confronto contra Portugal, no dia 29 de março. “Pela Fifa, eles (clubes) têm até 48 horas antes das partidas para nos entregar os jogadores”, disse o supervisor, Américo Faria, prevendo que a convocação dos atletas “estrangeiros” para o confronto contra Portugal deve ocorrer no dia 11 de março. “Mas, nós vamos conversar, negociar e tentar liberar esses atletas na segunda-feira, quando deveremos viajar para Portugal.” Tanto Faria quanto Parreira demonstraram irritação com a reivindicação de indenização feita pelo G-14, grupo dos 18 maiores clubes europeus, pela liberação de seus atletas para a disputa de amistosos.
O técnico da seleção reagiu à proposta pedindo um pouco mais de sensibilidade ao G-14. “Eles compram nossos principais craques e acham que não vamos convocá-los?”, indagou Parreira. “Pergunte ao senhor Del Bosque (Vicente, técnico do Real Madrid) se deixaria de convocar o Ronaldo e o Roberto Carlos, caso ele fosse o técnico do Brasil? E o senhor Wenger (técnico do Arsenal)? Deixaria de fora o Gilberto Silva?”
Ontem, até o presidente de Honra da Fifa, João Havelange, se posicionou a favor do Brasil neste embate com o G-14. De acordo com o dirigente, a Fifa elaborou essas normas justamente para evitar qualquer tipo de confusão. “Desde que a CBF as respeite, como vem fazendo, os europeus não podem se queixar de nada. A regra vale para todas as seleções. Não é só para o Brasil”, afirmou.
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