O mesmo árbitro e os mesmos assistentes. A prática dos trios de arbitragem fixos está sendo adotada pela CBF desde a retomada do Campeonato Brasileiro após a parada para a Copa do Mundo. A proposta é dar mais entrosamento através de “equipes especiais” – sendo, na medida do possível, fixas nos jogos das competições organizadas pela entidade.
A prática vinha sendo adotada pela FIFA, por exemplo, na Copa do Mundo, onde árbitros e auxiliares formaram grupos fixos, divididos pela nacionalidade dos integrantes. Para Afonso Vítor de Oliveira, presidente da comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol, a mudança deve ser interpretada como uma aposta e não como uma medida concreta. “É uma experiência, como toda experiência pode dar certo como não pode dar, mas é válida. Se vai dar certo ou não só o tempo dirá”, declarou.
Para que haja o entrosamento, os árbitros e assistentes terão que passar por uma espécie de “retiro” na véspera de cada partida, o que não ocorre atualmente. Cada equipe terá delegados especiais para que acumulem experiência para exercer a função no futuro.
Hoje a comissão de arbitragem da CBF tem 106 assessores para analisar o desempenho nas quatro divisões – destes, 35 são preparados pela Fifa. Doze ainda são formados em cursos internacionais. Todos vão atuar de acordo com a importância de cada partida.
No entanto, apesar da ideia inovadora no País, hoje ela se restringe à CBF. No quadro de árbitros local, por exemplo, Afonso Vitor de Oliveira não pretende adotar a mesma medida. “Não penso porque nossa realidade é outra. Primeiro nós não temos o delegado para fazer o trabalho de integração, nós temos um número maior de assistentes do que de árbitros, nós temos o problema de dispensa, na medida do possível nós vamos também fazer um teste, mas na primeira divisão, e dizer que isso vai ser definitivo por enquanto não”, declarou o homem-forte do apito no Paraná.