O futebol feminino está sendo tratado como esporte de alta importância no Brasil. Pelo menos nos dois últimos dias. Na terça-feira, a Fifa anunciou de maneira oficial a doação de US$ 15 milhões para o desenvolvimento da modalidade no País, provenientes do fundo de legado da Copa do Mundo de 2014.
Na manhã desta quarta-feira, a promoção do Mundial feminino que será realizado em junho e julho no Canadá, na sede da Federação Paulista de Futebol, foi marcada pelas promessa de investimentos no esporte. E como sempre ocorre nessas ocasiões, todos disseram que farão de tudo para tornar o futebol feminino brasileiro grande e sustentável.
No melhor estilo “agora vai”, o otimismo e a esperança marcaram o evento, que contou também com a apresentação da taça que estará em jogo no Canadá. O presidente da CBF, José Maria Marin, não fez por menos: “Somos grandes no futebol masculino e precisamos de maneira concreta desenvolver o feminino”, disse.
Para isso, pelo menos em relação à seleção brasileira, a aposta é na criação de uma seleção permanente. Serão contratadas 27 atletas, até os Jogos de 2016. Elas terão seus salários pagos pela entidade e ficarão à disposição exclusiva da seleção. “Mas isso não quer dizer que outras atletas não terão chance na seleção, pois isso seria um desestimulo para as outras. Apenas entendemos que esse é o melhor caminho para a seleção neste momento”, afirmou o técnico Osvaldo Alvarez, o Vadão.
Mas pelo menos no discurso esse é apenas o primeiro passo para engrandecer a modalidade. Também foi feita a promessa de trabalho incessante de desenvolvimento a partir da base. O governo garante que fará sua parte. “Quando me convidou para o cargo, a presidente Dilma Rousseff colocou o futebol feminino como algo prioritário para o ministério do Esporte. Me pediu para torná-lo atrativo e com campeonatos competitivos. Vamos trabalhar para isso”, discursou o ministro George Hilton.
A Fifa, claro, entrou no clima. O secretário-geral Jérôme Valcke, disse que “com o dinheiro do legado, dá para garantir que o futebol feminino do Brasil chegará a um novo patamar no futuro”. E prometeu trabalhar em conjunto com o Brasil para alcançar o objetivo. A maior parte dos US$ 15 milhões serão empregados m projetos de desenvolvimento de atletas e em infraestrutura.
Mais realista, Vadão lembrou que o problema do futebol feminino hoje não está na seleção. “O grande problema é o desenvolvimento nas cidades, nas escolas. A gente precisa jogar mais futebol feminino no Brasil. A nossa reposição é preocupante. É preciso quebrar o preconceito que ainda existe. “