O calendário quadrienal do futebol brasileiro, criado no ano passado com o apoio dos principais nomes do esporte, teve fim antes mesmo de completar seu primeiro ano em vigor. Na manhã de hoje, após uma reunião em um hotel do Rio de Janeiro, a CBF divulgou um novo calendário para 2003, que muda radicalmente as competições do país, esticando o Nacional para oito meses, acabando com os regionais e revitalizando os Estaduais.
O Campeonato Brasileiro terá início em 30 de março e irá se estender até 14 de dezembro. Pela primeira vez na história, deve ser disputado em sistema de pontos corridos. Os Estaduais serão realizados no início do ano, do final de janeiro até o final de março, e contarão com a presença de todos os times grandes, já que não haverá regionais. Também no primeiro semestre, serão realizadas a Copa do Brasil e a Taça Libertadores.
Na segunda metade do ano, deverá ser realizada a Copa Pan-Americana, que substituirá a Copa Mercosul. Não haverá a Copa dos Campeões, que reunia os campeões dos regionais. Representarão o Brasil na Libertadores o vencedor da Copa do Brasil e os três primeiros colocados do Brasileiro.
Os clubes que chegarem entre quarto e oitavo lugares no Brasileiro conquistarão o direito de jogar a Copa Pan-Americana. O presidente da CBF vai ainda divulgar a decisão de transformar os Estaduais em classificatórios para a Copa do Brasil. Com isso, promete ele, acabarão os convites ao torneio mata-mata.
O precocemente extinto calendário quadrienal teve apoio de Pelé, João Havelange (ex-presidente da Fifa), Ricardo Teixeira (presidente da CBF), Carlos Melles (então ministro dos Esportes), Fábio Koff (presidente do Clube dos 13), Eduardo José Farah (presidente da FPF) e Marcelo Campos Pinto (diretor da Globo Esportes).
A ruptura foi liderada pelo próprio Teixeira, a Globo Esportes, as federações e parte do Clube dos 13.Eduardo José Farah, presidente da Liga Rio-SP e da Federação Paulista, os demais presidentes de ligas regionais e grandes clubes do país, como Corinthians, São Paulo e todos os times que disputam a Sul-Minas, com a exceção do Internacional-RS, defendiam a manutenção do quadrienal. (Correio Web/FolhaNews)