Após críticas de jogadores e treinadores, a CBF decidiu implantar a parada técnica obrigatória em todas as partidas disputadas às 11 horas no Campeonato Brasileiro. Em ofício publicado nesta sexta-feira, a entidade definiu uma “parada médica” em cada tempo, com duração de três minutos, para amenizar os efeitos do calor nos jogos das manhãs de domingo.

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“Em partidas realizadas às 11h, haverá paradas médicas aos 30 minutos dos dois tempos de jogo, tendo como referência os procedimentos adotados na Copa do Mundo de 2014. O cronômetro não será pausado e serão adicionados três minutos depois do período regulamentar, independentemente dos outros motivos que podem gerar acréscimos”, anunciou a CBF.

A entidade determinou que as paradas só serão realizadas quando os termômetros registrarem ao menos 28 graus. Em caso de temperatura inferior ou de chuva, os árbitros não deverão paralisar o jogo.

A medida vem ao encontro do pedido dos jogadores, preocupados com o calor nesta segunda metade do Brasileirão. Mesmo no inverno, atletas e treinadores reclamaram das altas temperaturas em algumas partidas disputadas às 11 horas, um dos momentos mais quentes do dia.

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No dia 16, o Palmeiras venceu o Flamengo por 4 a 2 no Allianz Parque com temperaturas alcançando os 30 graus. O calor causou mal-estar em ao menos dois jogadores do time paulista. Lucas pediu para sair no intervalo e Dudu chegou a vomitar no gramado na segunda etapa. Ao fim do jogo, o elenco palmeirense fez coro para reclamar do horário da partida.

Em outra decisão anunciada nesta sexta, a CBF liberou o atendimento médico emergencial em campo sem a autorização dos árbitros. “Se o médico do clube observar algum desmaio, queda súbita ou choque de cabeça e não conseguir avisar ao árbitro, ele pode entrar no gramado, mesmo sem autorização prévia”, determinou a entidade.

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A maior preocupação é com os choques de cabeça, recorrente neste Brasileirão. “Hoje o futebol mudou muito. Até 40 anos atrás, o futebol era mais de craques do que de atletas. Hoje a condição atlética é muito grande, o jogo aéreo ocupa mais do que um terço, mais do que dois terços às vezes de um jogo. E o trauma na cabeça é quase inevitável. Isso exige uma atenção especial dos árbitros e médicos”, argumentou o presidente da Comissão Nacional dos Médicos de Futebol (CNMF), Jorge Pagura.

MÃO NA BOLA – Entre outras definições, a CBF mostrou preocupação com as recentes polêmicas de toque de mão na bola nas últimas rodadas, envolvendo principalmente os times que brigam pela ponta da tabela. A entidade reiterou que o critério de “mão deliberada”, ou seja, a intenção do jogador no momento do lance, deve ser a principal referência aos árbitros.

No entanto, fez uma ressalva: “A Fifa ampliou o conceito de ação deliberada, que hoje não se limita, apenas, à clássica situação da mão em direção da bola e da bola em direção da mão. Por consequência, também caracterizam infração os contatos da bola com a mão ou braço quando um jogador, mesmo não tocando a mão na bola de forma deliberada, assume o risco do contato”.

“Esse risco se caracteriza quando o jogador impulsiona seu corpo em direção da bola ou quando, mesmo não praticando qualquer ação, atua com os braços separados do corpo (ação de bloqueio e posição antinatural)”, explicou a CBF. “Recomendamos aos árbitros que continuem assistindo com muita frequência aos vídeos ilustrativos da Fifa, foram disponibilizados para todos, inclusive federações e clubes, pois servem de importante norte para a boa interpretação.”