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CBF decreta luto de 7 dias por Havelange e exalta carreira de atleta e dirigente

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decretou luto oficial de sete dias pela morte de João Havelange, confirmada nesta terça-feira. Na sede da entidade, no Rio, as bandeiras serão hasteadas a meio mastro, assim como na Granja Comary, onde a seleção olímpica faz nesta terça-feira o último treino antes do jogo com Honduras pela semifinal do torneio masculino de futebol dos Jogos do Rio, nesta quarta-feira, às 13 horas, no Maracanã.

E CBF também confirmou que na próxima rodada dos campeonatos que a entidade organiza será respeitado um minuto de silêncio antes de todas as partidas.

Havelange, que presidiu a Confederação Brasileira de Desportos (CBD, precursora da CBF) entre 1956 e 1974, foi definido em comunicado oficial como “um desportista de talentos múltiplos” e um dirigente que, no comando da entidade, promoveu uma “jornada de modernização” que levaria a seleção brasileira a conquistar os três primeiros títulos mundiais, em 1958, 1962 e 1970. Diz também que ele teve papel fundamental para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.

“Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange nasceu em 8 de maio de 1916. Carioca, filho de belga, apaixonou-se pelo esporte desde cedo. Como nadador, representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Berlim (1936). Como atleta do polo aquático, disputou os Jogos Pan-Americanos de 1952. Quatro anos mais tarde, foi o comandante da delegação brasileira na Olimpíada de Melbourne”, lembrou a CBF, ao iniciar o seu comunicado desta terça-feira, no qual depois completou: “Esportista com talentos múltiplos, Havelange foi campeão dentro e fora das quatro linhas. Campeão juvenil em 1931 pelo Fluminense, o clube do coração, iniciou sua carreira como dirigente de futebol em 1956”.

Em seguida, a CBF lembrou do papel importante que Havelange teve para ajudar a colocar o Brasil no caminho dos seus primeiros títulos mundiais, após fracassos nas Copa do Mundo de 1950, este histórico com derrota para o Uruguai em final no Maracanã, e depois no Mundial de 1954.

“Com a experiência adquirida em diversas áreas do esporte, ele foi eleito presidente da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), e promoveu uma jornada de modernização. João Havelange foi pioneiro na aplicação de conceitos organizacionais no futebol brasileiro. Reconhecida por seu progresso dentro dos gramados, a seleção brasileira precisava de suporte administrativo para conseguir melhores resultados, após situações adversas nas Copas do Mundo de 1950 e 54”, pontuou.

O caminho de conquistas que o Brasil iria trilhar depois também foi ressaltado pela CBF como um reflexo do fato de que “o dirigente iniciou um trabalho de estruturação administrativa”. “Sob sua batuta, a seleção alcançou o topo do mundo, com a conquista do tricampeonato mundial: 58/62/70. O esporte mais apaixonante do mundo foi transformado em um sobrenome do Brasil: País do Futebol. Nossa nação passou a ser temida e admirada por todas as seleções do planeta”, destacou.

FIFA – A CBF depois enfatizou que o sucesso de Havelange como dirigente máximo à frente da antiga CBD alavancou a sua ida à presidência da Fifa. “Após esse período de conquistas, em 1974, Havelange foi eleito para o maior cargo diretivo do futebol mundial: presidente da Fifa. Repetiu na entidade máxima o que já havia feito em seu país. Com um trabalho amplo de popularização do esporte, dialogou com presidentes das confederações em todos os continentes”, lembrou a CBF.

“Na gestão Havelange, a Copa do Mundo saltou de evento importante para uma atração gigantesca e épica. A repercussão impulsionada pelas transmissões televisivas amplificou o alcance e a competição passou a despertar o interesse de todos os cantos do mundo, mexendo com a emoção de milhões de torcedores. A organização da Copa do Mundo pode ser dividida entre antes e depois de João Havelange”, completou o comunicado.

Por fim, a CBF destacou que “ele foi membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) durante 40 anos” e falou sobre a sua atuação para ajudar o Rio a se tornar sede da Olimpíada. “Em 2009, teve papel fundamental na defesa do Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A CBF lamenta a morte de João Havelange e registra a sua importância eterna para o esporte mundial”, encerrou.

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