Enfraquecido no cenário internacional com perda de prestígio no Comitê Executivo da Fifa e também entre os pares na Conmebol (Confederação Sul-americana de Futebol), Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, procura apoio interno. Depois de se reunir com os presidentes das federações na terça-feira, a entidade agendou dois novos encontros na semana que vem.
Na segunda-feira, terá uma reunião com os presidentes dos clubes e, na quinta-feira, novo encontro com os representantes das federações – a informação foi divulgada nesta quarta-feira no site da entidade. Um dos temas é a discussão sobre reeleição para presidência da CBF.
Del Nero indicou possíveis mudanças na processo eleitoral ao citar eventual mudança no Estatuto da CBF na convocação para a reunião extraordinária: “discutir e deliberar sobre reforma parcial do Estatuto da CBF” e “interpretar preceitos do Estatuto”.
A sustentação política do presidente da CBF está centrada nas federações. Dos 27 estados, ele recebeu apoio de 24. Apenas três são opositores: Rio Grande do Sul, Paraná e Rio. Francisco Novelletto, do Rio Grande do Sul, e Delfim de Pádua Peixoto Filho, de Santa Catarina, não estiveram no Rio, na primeira reunião, e informaram que não sabiam do encontro.
De Berlim, onde se encontra para assistir à final da Liga dos Campeões, Novelleto declarou à reportagem que prefere não se manifestar sobre a permanência de Del Nero no comando da confederação. O dirigente gaúcho é opositor de Del Nero e tentou articular candidatura própria à presidência no ano passado, mas a ideia foi abortada por falta de apoio. Delfim é um dos atuais vice-presidentes da CBF e assumirá se Del Nero for afastado.
A costura com os clubes é o grande desafio da CBF. Embora ainda tenha o apoio formal da maioria deles, vários dirigentes afirmam que é o momento de mudanças mais profundas. Fala-se até na criação de uma liga independente, que seria formada por clubes de Minas Gerais, Rio e Rio Grande do Sul.