Rio – Em uma clara demonstração de força, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, divulgou ontem o calendário de 2003, em um evento com vários dirigentes de Federações Estaduais e presidentes de clubes, num hotel da zona sul do Rio.

Ricardo Teixeira reuniu vários de seus aliados e fez questão de mostrar que contou com a anuência de todos para a elaboração do documento. Apesar do “aclamado respaldo”, o Santos foi o único clube paulista a enviar um representante. Pelo calendário, ficaram extintos os campeonatos regionais, acabaram os convites para clubes participarem de competições promovidas pela CBF (será criado um ranking, tendo por base critérios técnicos para defini-los), e o Campeonato Brasileiro passa a ser a disputado do final de março a dezembro. As competições estaduais acontecerão entre janeiro e março, a Copa do Brasil e a Copa Libertadores entre fevereiro e junho. Já a Copa Pan-Americana, reunindo clubes do continente, entre agosto e novembro.

O calendário também contemplou os jogadores. As férias estão previstas para dezembro e janeiro; o número máximo e mínimo de partidas a ser feitas pelos clubes passam a ser de 80 e 58, respectivamente.

Irritado, Ricardo Teixeira negou-se a responder sobre o porque de ter cancelado o acordo firmado com o Governo, ao elaborar o calendário quadrienal do futebol brasileiro, no ano passado. Frisou a importância do novo documento ter sido feito pela “comunidade esportiva”. “Em parte alguma do mundo, os governos participam da elaboração de calendários”, disse o dirigente, garantindo que não será candidato à reeleição da CBF em 2003.

Já o vice-presidente da CBF, Nabi Abi Chedid, defendeu Ricardo Teixeira. “Naquela época, o Ricardo não tinha escolha” afirmou ele, referindo-se ao auge das investigações da CPI da Nike, que suspeitavam do envolvimento do presidente da entidade em várias irregularidades.

Ricardo Teixeira ainda quer que o Brasileiro de 2003 seja disputado em turno e returno, pelo sistema de pontos corridos. Mas o presidente do Vasco, Eurico Miranda, já adiantou que esta fórmula não irá “vingar”. Para o dirigente carioca, a competição será em turno/returno, com um quadrangular final envolvendo os dois campeões de turnos, além dos dois melhores colocados por pontos na soma geral. O Conselho Técnico do campeonato (formado por seus participantes) é o responsável pela escolha do método para sua realização, o que deve ser feito até o final do ano.

Conformado

O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, estava conformado com mais uma derrota que sofreu para Ricardo Teixeira. O dirigente culpou o governo e a medida provisória (MP) de moralização do futebol pelo fracasso da Liga Nacional, que deveria ser a responsável pela elaboração do calendário. Argumentou que a MP tornou a Liga ilegal, ao exigir que os clubes se transformem em empresas ou constituam uma para administrá-los. “Não temos condições de fazermos isso agora. Estamos ilegais e não podemos brigar.”

Seleção

O presidente da CBF confirmou que o próximo técnico da seleção brasileira será escolhido de um dos clubes que disputam o Campeonato Brasileiro de 2002. Segundo o dirigente, o nome será divulgado no próximo ano para não prejudicar a competição e o time do novo treinador.

O amistoso previsto para o mês de novembro para a seleção foi confirmado por Ricardo Teixeira. Ele assegurou que o adversário e o técnico (que dirigirá o time nesta partida) ainda não foram escolhidos.

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