A manutenção de Curitiba como subsede da Copa do Mundo 2014 está fortalecida, mas a permanência da Arena da Baixada como palco ainda é dúvida. Esse foi o desfecho da viagem da comitiva de autoridades paranaenses ao Rio de Janeiro, para reuniões com a CBF e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em cima da hora, o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, alegou que teria uma reunião extraordinária e cancelou sua ida ao encontro. A ausência não foi vista com bons olhos pelas partes, inclusive pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que tem pressa na definição da viabilidade econômica do estádio curitibano.
Ricardo Teixeira, que também preside o Comitê Organizador Local (COL) designado pela Fifa, voltou a ameaçar o estádio atleticano, que apenas não teria sido colocado na guilhotina por respeito à comitiva paranaense. “A Arena da Baixada corre risco de tomar o mesmo destino do Morumbi”, disse.
A diretoria atleticana deve ser intimada pelo comitê paranaense a dar uma posição efetiva sobre a busca por soluções para a Baixada, já que Malucelli assinou um termo de compromisso sobre a adequação do local ao caderno de encargos da Fifa.
Moral
Ao contrário da Arena e do Atlético, ao menos a capital paranaense segue fortalecida. “Ricardo Teixeira deu muita tranquilidade ao governador e ao prefeito. Ele acredita e confia muito em Curitiba, nos dando uma opinião bastante positiva”, disse o gestor municipal para assuntos da Copa 2014, Luiz de Carvalho, que acompanhou o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci.
Após as reuniões com CBF e BNDES, o governador Orlando Pessuti chegou a dizer que espera algo mais que a inclusão curitibana nas quartas-de-final do Mundial. “(Ricardo) Teixeira lembrou que, quanto antes o estádio for concluído, melhor, pois antes do Mundial teremos amistosos da seleção brasileira e a disputa da Copa das Confederações, em 2013”, explicou.
Sem financiamento
Os títulos de potencial construtivo oferecidos pela prefeitura de Curitiba ao Atlético não foram aceitos pelo BNDES. “Entendem que é um ativo circulante, com capacidade de liquidez. Pode ser usado na liquidação do empréstimo, mas não serve como garantia”, disse o gestor municipal para a Copa 2014, Luiz de Carvalho.
A assessoria do banco, no entanto, explicou que a intenção do encontro não era a de assinar a documentação do financiamento. Assessores do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmaram que existe a necessidade de um banco solicitar o empréstimo, no caso do Atlético fazer tal reivindicação. Uma alternativa seria a de uma construtora financiar a verba, estimada em R$ 90 milhões, recebendo em troca os títulos de potencial construtivo.