A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) afirmou neste domingo, por meio de nota oficial, que vai questionar o ex-atleta Edson Luciano, velocista medalha de prata na Olimpíada de Sidney em 2000, sobre as declarações que deu à Agência Estado contra o técnico Jayme Netto Júnior. Em reportagem realizada na sexta-feira, Luciano acusou o treinador de lhe haver sugerido um medicamento proibido para correr mais quando participava de um torneio Ibero-Americano em Lisboa, em 1998.
De acordo com a nota, caso fique comprovado que Luciano tinha conhecimento do suposto emprego de substância proibida pelo treinador e não comunicou esse fato, ele será “imediatamente suspenso” do Programa Heróis Olímpicos da CBAt. A confederação também iniciará procedimentos para apurar essa denúncia.
As declarações de Edson Luciano abriram mais uma polêmica no escândalo do doping no atletismo brasileiro. “Pelo meu biótipo, o Jayme disse que eu poderia melhorar o meu desempenho se tomasse um medicamento que ele sugeriu. Eu não sabia o que era, não sabia o que ele estava falando”, denunciou o ex-atleta, hoje com 36 anos.
“Por eu ser forte e pelo meu tamanho, com 1,90 metro, o Jayme achava que, se eu tomasse a substância, poderia superar o recorde do Robson Caetano, que é de 10 segundos”, afirmou na semana passada. “Preferi ficar com minha marca, eu tinha medo.”
À época, Luciano correu os 100 metros rasos em 10s14, sua melhor marca na carreira. Disse, porém, não lembrar o nome do medicamento. Também atacou Jayme chamando-o de “ladrão”. O motivo é uma disputa trabalhista entre os dois, iniciada em 2005. “Ele sempre foi ladrão, me deve por baixo R$ 20 mil”. Em fevereiro do ano passado, o técnico entrou com ação na Justiça contra Luciano por injúria, calúnia e difamação.