A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) revelou nesta terça-feira as novas diretrizes da modalidade para o ciclo olímpico de 2016, discutidas no Fórum Técnico de Alto Rendimento, realizado no final de semana, em São Paulo. Entre as novidades, a exigência de que o atleta esteja entre os 30 melhores do ranking mundial para participar de um Mundial ou Olimpíada.
Num ano em que o Brasil teve o seu melhor resultado histórico nos esportes olímpicos, o atletismo passou em branco e não subiu ao pódio no Mundial de Moscou, assim como já havia sido nos Jogos de Londres/2012. Para mudar este cenário, a CBAt definiu critérios mais rígidos para classificação a grandes competições. Assim, pretende exigir mais dos atletas.
“O atletismo não vai salvar a vida do Brasil (na Olimpíada), mas vai tentar ajudar (no quadro de medalhas). Esse é um plano emergencial, que vamos começar a sentir os resultados no Mundial de Pequim, em 2015. O que tivermos de resultado lá será praticamente o que teremos na Olimpíada”, admitiu Antonio Carlos Gomes, superintendente de alto rendimento da CBAt.
A partir do Mundial de 2015, na maioria das provas (as de fundo e de revezamento têm calendários diferentes) o período de obtenção de índice começa em 1º de outubro do ano anterior e termina 30 dias antes do início do evento – anteriormente o prazo se iniciava mais tarde e a data limite era mais próxima à competição.
A CBAt também vai exigir, a partir de 2015 (as regras não valem para o Mundial Indoor de 2014), exclusivamente o índice A da IAAF (Associação das Federações Internacionais de Atletismo). Além do índice, o atleta precisará estar entre os 30 melhores do ranking mundial para ser convocado.
Na prática, na avaliação do superintendente de ato rendimento da CBAt, Antonio Carlos Gomes, o número de atletas convocados não deve diminuir tanto. Isso porque, ao levar em conta o ranking, a CBAt considerará apenas três atletas por país. Assim, na maratona, por exemplo, Marilson Gomes dos Santos é o 109.º do ranking, mas o 18.º se excluídos os quenianos, etíopes e japoneses que não estão entre os três melhores de seus países.
“Tivemos a presença efetiva de 130 treinadores, que discutiram intensivamente todos os temas propostos. (O Fórum) foi um evento importante em que ouvimos os técnicos como legítimos representantes de seus atletas. Todos mostraram estar comprometidos com a evolução do esporte”, comentou o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho
A Assembleia Geral da CBAt ainda precisa aprovar um programa de benefícios para os atletas. Ficou decidido no Fórum que os atletas que estiverem entre os 10 melhores do ranking no fim do ano ou que tenham ficado no Top12 no Mundial ou na Olimpíada ganharão o teto da bolsa mensal. Outros dois níveis premiam atletas Top20 e Top30 do ranking.