O Brasil terminou o Mundial de Atletismo de Berlim sem uma medalha sequer, disputando apenas seis finais e ficando longe do pódio em todas. Diante disso, o próprio presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta de Melo, admitiu que o desempenho foi abaixo do esperado.
“Os resultados no geral não foram bons”, reconheceu o presidente da CBAt. Ao todo, o Brasil levou 42 atletas ao Mundial de Berlim e teve como melhor performance a quinta colocação de Fabiana Murer no salto com vara e da equipe feminina do revezamento 4×100 metros.
Para o dirigente, o escândalo de doping que tirou seis brasileiros do Mundial de Berlim atrapalhou bastante. “É inegável que o caso de doping que obrigou a mudanças nos quartetos de revezamento abalou a equipe. Pode-se dizer, entretanto, que os revezamentos foram bem no 4×100 metros, no masculino e no feminino, pois chegaram à final”, avaliou.
Roberto Gesta de Melo ainda lembrou que alguns brasileiros que eram favoritos ao pódio foram atrapalhados pelas contusões. “Maurren e Jadel sofreram lesões e não competiram na melhor forma, embora tenham se classificado para as finais. E tivemos a Fabiana Murer, que tinha condições até de vencer a prova. Ainda não foi desta vez, mas ela tem condições de obter um grande resultado no futuro”, afirmou.
De qualquer maneira, o presidente da CBAt já prometeu conversar com os principais clubes do atletismo brasileiro para tentar uma evolução no futuro. “O atletismo é um esporte individual, os atletas treinam em seus clubes, com seus técnicos. Vamos procurar os clubes para estabelecer um intercâmbio com treinadores de ponta do exterior, que procuraremos levar para o Brasil”, avisou o dirigente.
Ele ainda cobrou uma ação mais efetiva do poder público. “É inegável que o salto do atletismo, e do esporte em geral, acontecerá, de fato, quando o governo levar o esporte para as escolas. Tenho proposto isso várias vezes. Mas, para acontecer, é preciso que o Ministério da Educação participe ativamente”, declarou Roberto Gesta de Melo.