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Catar-2022 garante que aumentou fiscalização nas obras após morte de operário

A organização da Copa do Mundo do Catar se manifestou nesta quarta-feira sobre a morte de um operário nas obras dos estádios para a competição de 2022. De acordo com relatório do comitê responsável, a investigação dos acontecimentos resultou em uma “extensa fiscalização” da saúde dos funcionários e dos procedimentos de segurança.

No último dia 23, pela primeira vez o Comitê Supremo, responsável pelo Mundial de 2022, admitiu a fatalidade com um trabalhador nos estádios, apesar das acusações de que muitos outros já faleceram em serviço. Inicialmente, não foram divulgadas maiores informações, apenas que tratava-se de um incidente “vinculado ao trabalho” nas obras do Wakrah Stadium.

Nesta quarta, no entanto, o comitê revelou a identidade do operário. Seu nome era Anil Kumar Pasman, de 29 anos, nascido no Nepal. Segundo o relatório, Pasman foi atingido por um caminhão-pipa. “O motorista tragicamente não percebeu a proximidade de seu colega”, tentou explicar a organização.

Apesar de exaltar a melhora na fiscalização das condições, Hassan Al Thawadi, secretário-geral do Comitê Supremo, admitiu que “sempre há mais a ser feito” para melhorar a saúde e a segurança dos operários.

Antes deste incidente, ao menos três mortes já haviam sido confirmadas pelas autoridades do Catar nas obras de arenas para o Mundial. De acordo com o comitê, no entanto, estas “não foram vinculadas a trabalho”.

A organização do Mundial tem sido bastante criticada pelas condições de trabalho dos operários que trabalham nas obras dos estádios. Boa parte destes funcionários são imigrantes trazidos do sul da Ásia e estariam trabalhando em um sistema de escravidão: sem liberdade, quase sem remuneração e constantemente agredidos.

Os catarianos negam e garantem cumprir as leis trabalhistas do país, que também já foram criticadas por diversos grupos. De acordo com relatórios da Anistia Internacional e da Confederação Internacional de Sindicatos, mais de mil mortes relacionadas ao Mundial já ocorreram no país, enquanto os operários seguem atuando em condições “degradantes” e “abusivas”.

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