Desrespeito

Casos de racismo envergonham o mundo do futebol

A vitória do Paraná Clube por 3×1 sobre o São Bernardo, na quinta-feira passada, na Vila Capanema, ficou em segundo plano. Já no final do jogo, o volante Marino, do time paulista, foi expulso e quando deixava o gramado virou mais uma vítima do racismo no futebol. Ao descer para os vestiários, foi xingado por dois torcedores paranistas de ‘macaco’.

O caso foi parar na delegacia, onde o jogador registrou queixa e um boletim de ocorrência. O próprio Paraná, no dia seguinte, publicou uma carta oficial, onde manifestou total apoio a Marino e que fará de tudo para encontrar os envolvidos. Além disso, o clube afirmou que repudia qualquer ato de preconceito e que a história e as origens paranistas comprovam isso.

De fato, a atitude dos dois torcedores vai totalmente contra a história paranista e renega o passado do clube, que sempre contou com negros em seu elenco.

Com a camisa azul, vermelha e branca, não foram poucos os que se tornaram ídolos da torcida. Os principais foram o goleiro Flávio, o lateral-direito Balu, o volante Paulo Miranda e o maior de todos, o Tigre da Vila, Saulo. Antes do Tricolor ser fundado, em 1989, outros também marcaram seus nomes na história dos embriões paranistas. Um dos mais conhecidos foi o ex-lateral-esquerdo Dionísio Filho, que vestiu a camisa do Pinheiros na década de 80 e que chegou a ser técnico do próprio Paraná, em 1999.

O Boca-Negra

O Tricolor é fruto de uma fusão de sete clubes. Entre eles, o Ferroviário, que nasceu em 1930 e em 1971 se juntou ao Britânia e ao Palestra Itália, dando origem ao Colorado. Por ser o time da Rede Ferroviária do Paraná, tinha muitos torcedores mais simples, cujas profissões eram graxeiros. Por isso, era conhecido também como ‘Boca-Negra’. Inclusive, seu mascote era um menino negro, com um osso no cabelo.

Outros casos

O último final de semana também ficou marcado por atos racistas. Na final do Campeonato Paranaense, ontem, em Maringá, após fazer o gol do Londrina, o lateral-direito Maicon Silva foi chamado de ‘macaco’ por Lourival Santos, apresentador da Rede Massa em Maringá. Após o incidente, ele escondeu o colete de imprensa no vestiário e acabou detido.

Na Espanha, quem sofreu foi o atacante Neymar. Após a derrota por 1×0 para o Granada, no sábado, a delegação do Barcelona chegou ontem ao estádio Camp Nou e foi recepcionada por protestos dos torcedores. Alguns, imitaram macacos para o brasileiro.

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