Se o Ministério Público de São Paulo comprovar que houve suborno a funcionários da Portuguesa na escalação irregular do jogador Héverton diante do Grêmio, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deverá reabrir o caso. A tese é do advogado e especialista em direito desportivo Domingos Moro, que na época do julgamento foi convidado para ser o representante do time do Canindé para tentar a absolvição nos tribunais.
“A Portuguesa, se tiver provas suficientes disso tudo, pode pedir a revisão daquele julgamento que a rebaixou para a Série B. São novas possibilidades, novas provas e que dão direito de rediscutir o caso. Administrativamente, a Portuguesa pode retornar à primeira divisão, mas isso se houver prova, pois apenas suspeitas não adianta nada. É preciso saber quem recebeu, de quem veio o dinheiro e o porquê recebeu nós já sabemos”, explicou Moro.
Logo depois da denúncia feita pela procuradoria do STJD, Moro foi procurado pela Portuguesa para realizar a defesa e informou que pretendia seguir a linha de defesa que o time paulista teria sido induzido a cometer o erro. Entretanto, os dirigentes da Lusa preferiram não seguir a orientação do advogado.
“A Portuguesa foi induzida ao erro e essa era a minha ideia quando eles me procuraram no ano passado. Conversei com eles e disse que tentaria mudar o rumo da prosa, pois alguma coisa tinha acontecido, mas eles não se interessaram nessa tese. Eles preferiram o caminho da normalidade, mas sabia que o julgamento não ia dar em nada. Era preciso tentar mudar o artigo e falar em fraude”, apontou o advogado.
Moro disse ainda que se for comprovada a fraude e o suborno, sobretudo com a indicação de onde partiu o ato infrator, o clube responsável terá que ser punido severamente. “Se for comprovado, o clube que pagou tem que ser punido. Mas é uma briga de um cachorro que caiu da mudança contra o dono da empresa do caminhão da mudança. Por isso tem que ser muito bem feito. É preciso colocar a batata quente no colo do STJD, até porque tem jornalistas dizendo das garantias de Fluminense e Flamengo no julgamento realizado na época. Seria bom até para o STJD se defender e rever o caso”, concluiu Moro.