Em um final de semana em que problemas extracampo envolvendo denúncias de corrupção e possíveis manipulações de resultados, como os casos envolvendo o Rio Branco e o Andraus evidenciaram a crise que vive o futebol paranaense, a solidariedade para que o Atlético Clube Paranavaí (ACP) pudesse entrar em campo contra o Independente São Joseense na tarde de domingo (25), e seguir o sonho de voltar à Série A do Campeonato Paranaense, mostrou a união do esporte.
O time, que veio a Curitiba para disputar uma partida pela segunda divisão do Estadual, se hospedou em um hotel no Centro. Durante a madrugada, o ônibus da delegação foi saqueado. Materiais de jogo como camisas, chuteiras, coletes, bolas, ataduras e toalhas foram furtados e o time não conseguiria cumprir seu compromisso em campo não fosse a ajuda de outras equipes que doaram materiais para o time do interior.
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Agradecimento
O Presidente do Clube, Francisco Carneiro dos Santos Soares, em conversa com a Tribuna do Paraná enfatizou a importância de ter recebido auxílio de outros times.
‘Com toda essa ajuda que recebemos ficou claro que rivalidade só acontece dentro de campo. As cidades de Paranavaí e Maringá têm um histórico de rivalidade muito grande no futebol, por exemplo, então eles nos ajudarem nessa situação mostra que somos adversários apenas dentro das quatro linhas”, disse. O time maringaense emprestou chuteiras para os colegas.
Já o uniforme usado pelo time foi doado pelo Furacão, mas havia uma outra alternativa. “O Atlético ia nos emprestar o uniforme e acabamos ganhando deles as camisas. O presidente da Federação Paranaense de Futebol, o senhor Hélio Cury, nos levou um uniforme do Novo Mundo novinho. Usamos no aquecimento. Também ganhamos seis bolas. Ele fez questão de abrir a sede da federação, que estava fechada, só para nos ajudar‘, disse comovido o porta-voz da equipe.
Dificuldades
O mandatário também ressaltou as dificuldades que enfrenta no dia a dia para que o time não seja extinto. ‘É muito difícil fazer futebol no interior do estado. Faz dois anos que luto pra manter o time vivo”.
O dirigente ressaltou que o time não é apoiado pelos empresários da cidade e que a única ajuda vem de uma empresa de São Paulo. “Com o dinheiro consigo pagar os jogadores, comprar alguns materiais e pagar arbitragem. Vou ter que correr atrás pra recuperar o que foi roubado e falta repor. Recebi ligações de amigos e sei que essas pessoas vão me ajudar, aposta.
Mais ajuda
Nesta segunda-feira (26), os jogadores do Palmeiras fizeram a entrega de mais chuteiras para os colegas do Paranavaí. O mutirão foi organizado pelo goleiro Fernando Prass, ex-Coritiba. “A gente aqui do Palmeiras ficou sabendo do probleminha que vocês passaram aí, fizemos um mutirão e estamos mandando umas chuteiras para ajudar vocês, colaborar. Valeu! Abraço de todos aqui do Palmeiras”, disse o camisa 1 do time paulista, em vídeo divulgado pelo clube.