A sessão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, na manhã desta quinta (31), não deveria provocar o furor e a tensão que vem provocando nos últimos dias. Pela letra fria da lei, o caso da escalação de Germano contra o PSTC é simples – ele estava suspenso, portanto foi escalado de forma irregular, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva aponta como punição a perda de seis pontos.
Só isso? Nada disso.
O Londrina não está aceitando simplesmente essa punição. A primeira reação dos dirigentes do Tubarão foi a surpresa, tanto que houve declarações sobre a inevitabilidade da perda de pontos. Mas, depois do primeiro julgamento (na comissão disciplinar do TJD do Paraná), o clube avisou que iria para a briga. E aí surgiu o grande trunfo do LEC: o advogado Domingos Moro.
Por força do ofício, já vi alguns julgamentos em que Moro participou – aqui no Paraná e no Rio de Janeiro (fui o enviado da Tribuna no histórico julgamento do Caso Bruxo). E ele é um advogado que surpreende os auditores. Já entregou uma bola a Aristizábal, chorou ao defender Antônio Lopes… E, é bom lembrar, salvou o Rio Branco da perda de 22 pontos por escalação irregular.
Foi em 2011. Adriano, do Rio Branco, foi inscrito de forma errada, o nome dele foi trocado por outro Adriano que nunca passou por Paranaguá. No julgamento do TJD, Moro abandonou espetacularmente o recinto e o Leão foi punido. Era só estratégia para levar a decisão para o STJD. Na reunião do Pleno (que acabou sendo em Curitiba), o advogado brilhou e derrubou a punição. Absolveu o Rio Branco e rebaixou o Paraná Clube.
Então, por mais singelo que seja o caso Germano, eu não vou me surpreender com uma reviravolta que mantenha os seis pontos do Londrina e coloque o Tubarão em primeiro lugar, mudando todas as quartas de final. Moro avisou no julgamento de Curitiba que o campeonato ficaria parado esperando a decisão. Com o efeito suspensivo, bagunçou o coreto e obrigou a Federação a não marcar a rodada do final de semana – impedindo a realização de jogos no sábado (2 de abril).
O advogado não precisou de muito para conseguir o efeito suspensivo. Por isso, que todos estejam preparados para qualquer resultado do julgamento do volante do Londrina no STJD.