A própria Federação Paranaense de Futebol (FPF) pode enterrar definitivamente o já ameaçado campeonato estadual. Um pedido da entidade ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pode mandar o caso que envolve o regulamento do torneio de volta ao tribunal local e parar a competição.

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Na defesa enviada ao STJD, a FPF pede que, se o Atlético for reconhecido como parte no processo, o caso volte ao TJD do Paraná. Se o pedido for acatado, uma solução para a polêmica demoraria pelo menos mais 30 dias, tornando praticamente inviável a conclusão do campeonato.

O TJD julgou o caso no dia 12 de fevereiro e ratificou a posição da FPF sobre o artigo 9.º do regulamento. O texto diz que o melhor classificado na primeira fase tem os mandos de campo na etapa decisiva. A FPF afirma que isso não reflete o que foi combinado pelos clubes em arbitral e divulgou uma tabela sem levar em conta o dispositivo.

O Atlético discordou da decisão e apresentou recurso ao STJD. Mas a FPF entende que os clubes não são parte no processo e diz que o clube da Baixada não tem legitimidade para recorrer. Em sua defesa, a entidade pede que, caso a visão do STJD seja diferente, o caso retorne ao TJD.

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“A FPF defende essa tese. Nessa visão, que Deus queira seja só dela, o caso teria que retornar à primeira instância, para que todos os clubes sejam ouvidos”, diz o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt.

Schmitt tomou providências para tentar evitar uma longa paralisação. “Para isso, abri vista do processo, para que todos os clubes pudessem se manifestar já. Vou tentar arguir no sentido que a preliminar da FPF é meramente proletatória e pode comprometer a realização do torneio”, destaca.

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Para Schmitt, a possibilidade de o STJD acatar o pedido da FPF seria “um desastre”. “Aí, esqueça esse campeonato. A FPF certamente não tinha dimensão do que poderia acontecer quando apresentou sua defesa”, ressalta.

Uma nova análise do caso pelo TJD demoraria pelo menos 30 dias, paralisando o campeonato. Para que a fase final do torneio fosse realizada, jogos teriam que ser marcados no período reservado ao Brasileirão, o que poderia inviabilizar a conclusão do estadual.

O Paraná-Online entrou em contato com o assessor jurídico da FPF, Juliano França Tetto, mas ele preferiu não se manifestar. “A ética da minha profissão não permite que eu fique falando sobre um caso que ainda está em julgamento”, afirmou.

O julgamento do caso no STJD ainda não tem data marcada. A tendência é que ele aconteça na próxima quinta-feira (26), um dia após o encerramento da primeira fase do estadual.