O fato de o Superior Tribunal de Justiça Deportiva (STJD) ter acatado denúncia do torcedor Thomaz Frederico Harrison questionando o registro do atacante Denis Marques, do Atlético Paranaense, não está tirando a tranqüilidade do clube, que pensa apenas na partida de domingo contra o Grêmio. Afinal, o Atlético possui liminar da Justiça do Trabalho e declaração do diretor de Registro e Transferência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Luiz Gustavo Vieira de Castro, garantindo condição de jogo ao atleta.
O documento da CBF, datado de 20 de outubro, foi divulgado pelo advogado do jogador, Augusto Mafuz. Inscrito sob número 144745 na entidade, Denis Marques assinou o contrato número 4177021 com o Clube Atlético Paranaense, com validade de 3 de setembro deste ano até 2 de setembro de 2005.
"Declaramos que o referido atleta foi liberado pelo juízo da 12ª Vara de Trabalho de Curitiba na reclamação proposta contra o Al Kuwait Sporting Club, filiado à Federação do Kuwait, ficando o mesmo com a condição plena de jogo", diz o documento da CBF.
Segundo Augusto Mafuz, o que se questiona na Fifa não tem nada a ver com a condição do atleta perante o Atlético ou a CBF. "Diz respeito ao direito ou não que o Kuwait tem em ser ressarcido pela rescisão unilateral do contrato", afirmou o advogado. "Não está em questão nem na Justiça do Trabalho e nem na Fifa se o jogador está regular ou não. E o próprio Kuwait não briga para ter o jogador de volta, e sim requer ressarcimento."
O advogado disse também que o jogador havia assinado um contrato em português, antes de viajar, com o clube do Kuwait. "Quando chegou lá, deram um contrato em árabe, que exclui alguns valores", declarou Augusto Mafuz.
Por causa disso, ele foi procurado por Denis Marques. "Entrei na Fifa pedindo a rescisão do contrato em árabe. Como estava às vésperas do fechamento de inscrição, entrei na Justiça do Trabalho pedindo autorização para ele trabalhar. O juiz deu o despacho para que assinasse contrato com o Atlético ou outro qualquer clube", contou Augusto Mafuz.
O advogado acredita que a denúncia sobre a regularidade de Denis Marques reflete apenas um "oportunismo" do torcedor, que poderia estar a serviço de outras pessoas ou entidades. "Tanto não é sério, que a Federação Paulista de Futebol repassou a reclamação do torcedor. Nem a Federação nem o Santos quiseram assumir a responsabilidade pela denúncia", ponderou Augusto Mafuz.