A eleição no Atlético está cada vez mais polêmica. Ontem foi a vez de dois conselheiros que concorrem pela chapa CAPGigante mostrar a artilharia pesada para tentar levar o pleito de quinta-feira. O grupo quer explicações sobre a contratação do atacante uruguaio Santiago “Morro” García, acusando a administração de Marcos Malucelli de omitir os reais valores pagos pelo jogador.
O Rubro-Negro admitiu ter pagado cerca de R$ 7 milhões pelo jogador, mas o grupo opositor acusa a diretoria de ter gastado mais de R$ 16 milhões na compra, somando-se direitos federativos e econômicos, além de salários e direito de imagem que serão pagos nos 5 anos de contrato do jogador.
José Cid Campelo Filho e Antônio Carlos Bettega, integrantes da CAPGigante, apresentaram uma interpelação judicial feita junto à Vara Cível de Curitiba pedindo esclarecimentos ao Atlético sobre o contrato de “Morro” García. O principal questionamento é em relação à figura de Daniel Fonseca Garis – segundo eles, pessoa que teria intermediado a negociação e recebido US$ 1,8 milhão (R$ 3.32 milhões).
Porém, nenhum documento que aponte Daniel Garis como recebedor dos valores que teriam sido pagos a ele como intermediário foi apresentado. A alegação é que a denúncia foi baseada em uma cópia do contrato do jogador, que teria sido entregue a eles anonimamente. “É um documento que não está assinado e, por isso, perguntamos ao Atlético quem é Daniel. Não questionamos coisas que já estão provadas”, explicou Cid Campêlo.
Apesar de alegar que querem esclarecer a situação do jogador, os dois interpeladores admitem que a acusação também tem fundo político. “Evidentemente que estamos em eleição, não vamos ser aqui cabotinos de dizer que não tem dois sentidos. Um sentido é tentar com que o Atlético recupere este dinheiro e o outro é mostrar que a atual diretoria, que faz parte da chapa de situação, cometeu, no nosso de ver, um equívoco”, reforçou Cid.
A dupla disse ainda suspeitar que alguém tenha se beneficiado financeiramente com toda a transição, mas que ainda não há provas sobre isso. “Esta prova estamos buscando. Existe sim a suspeita, mas não temos a prova”, acrescentou Campêlo, afirmando que se a CAPGigante vencer as eleições tentará defazer o contrato judicialmente ou pedir uma redução do investimento.