Caso Batista complica o Tricolor

Um erro de digitação da CBF, ou um registro feito à revelia do clube são as hipóteses cogitadas pela diretoria do Paraná Clube para um contrato do volante Batista publicado há seis meses, quando ele não tinha vínculo legal com o Tricolor. O Boletim Informativo Diário (BID) de 8 de março de 2007 dá condição de jogo a Batista como atleta do Paraná, com contrato de 13 de dezembro de 2006 a 10 de dezembro de 2007. Na época, porém, ele ainda tinha os direitos federativos vinculados ao Adap Galo, seu time anterior. Só em 26 de março de 2007 o atleta conseguiu liminar na 17.ª Vara do Trabalho de Curitiba, que o autorizava a transferir-se para o Avaí (SC).

Um dia depois, em 27 de março, o BID reativava o contrato de Batista com o Adap (válido de 10 de abril de 2006 a 31 de dezembro de 2007), e em seguida dava baixa no mesmo documento. Aquele contrato com o Paraná, publicado em março, também foi desativado – no boletim consta que ambos os documentos foram rescindidos por ordem judicial. Na mesma data o nome de Batista era publicado no BID como atleta do Avaí. Vale lembrar que o volante não atuou durante o período em que, supostamente, estaria também vinculado ao Tricolor.

O presidente José Carlos de Miranda confirma que Batista assinou um contrato em dezembro de 2006 com o Paraná. Já havia um acerto verbal entre o jogador, o Paraná e o Adap Galo, mas de última hora o time de Maringá exigiu que o documento fosse estendido até dezembro de 2008. Batista não aceitou e o acordo acabou não saindo. ?O contrato nunca saiu daqui. Não sabemos como o nome dele apareceu no BID. Pode ser um erro de digitação ou de registro da CBF. Além disso, tínhamos uma das cópias do contrato, a outra ficou com o jogador?, falou o presidente. Outra dúvida é quanto ao longo prazo (quase três meses) entre a assinatura do contrato e a publicação no BID, já que o período legal para inscrição é de um mês após a assinatura.

Miranda voltou a rebater a acusação de má-fé feita pelo Náutico, autor da queixa protocolada 2.ª-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em que pede punição de 18 pontos ao Tricolor pela escalação de Batista em três jogos do Brasileirão. ?Não foi o Paraná que entrou na Justiça. Temos uma relação ética com os demais clubes?, disse. Para o Tricolor, a tese da triangulação ?maldosa? que baseia a queixa do Náutico não se sustenta até pela data da chegada de Batista ao Paraná – somente em agosto, e após uma troca com outro jogador (Joelson).

O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, prevê que as informações sobre a situação contratual de Batista só cheguem no final de semana que vem. Só depois disso a procuradoria decide se a queixa vira denúncia formal – o que levaria o caso a julgamento.

Adap se defende: má-fé não partiu de Maringá

Cahuê Miranda

Valquir Aureliano
Adílson Batista Prado, presidente do Adap Galo.

Apontado como o vilão do caso Batista, o presidente do Adap Galo, Adílson Batista Prado, não aceita o papel. Ele nega ter denunciado a suposta situação irregular do jogador a outros clubes e diz que não quer prejudicar o Paraná Clube, mas apenas garantir os direitos de sua agremiação.

?Estou apenas procurando meus direitos na Justiça. O Batista é jogador do Adap e foi tirado na marra daqui. Não me interessa se o jogador está atuando pelo Paraná ou por qualquer outro clube?, diz Adílson Batista.

O cartola dá sua versão para a polêmica. ?Nós emprestamos o jogador ao Paraná em 2006. Esse contrato venceu e não chegamos a um acordo para a renovação. Algo normal. Mas daí o Batista se juntou a alguns advogados e empresários de Curitiba que querem arrancar o jogador daqui na marra?, acusa.

O presidente da Adap diz que em nenhum momento quis entrar em conflito com o Tricolor. ?Sou amigo do professor Miranda, que é uma das grandes lideranças do nosso futebol. Tenho o maior apreço pelo Paraná. Lamento que ele não tenha nos procurado antes?, afirma.

Adílson Batista está revoltado com acusações que circularam contra ele e com a informação de que teria procurado adversários do Paraná para denunciar a situação do jogador. ?Nós estamos aqui trabalhando, com um projeto social forte, gerando empregos. Vou processar quem está falando diferente?, promete.

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