Cascavel demite técnico Rafael Camarotta e mais seis jogadores

A lista de dispensados é extensa, mas mostra que a diretoria da Toque de Classe está disposta a reverter o rumo do Cascavel nas próximas oito rodadas do Campeonato Paranaense. Ainda na madrugada de ontem, horas após a derrota por 1 a 0 para o Paraná Clube, no Estádio Olímpico Regional, Rafael Camarotta deixou o comando da equipe. Em sete jogos como técnico, o Cascavel obteve três vitórias e sofreu quatro derrotas. Rafael vinha, há dias, mostrando-se insatisfeito com a falta de contratações. Com sua saída, o auxiliar-técnico Marcos Padilha também deixa o clube.

Na manhã de ontem, uma nova reunião entre três dos dirigentes da empresa definiu o nome de seis jogadores que foram liberados. Curiosamente, cinco deles vinham atuando como titulares: os meia-atacantes Hugo, Madureira e Tiago Leme, além de Cezinha e Freitas, que participaram dos dois primeiros jogos e depois não foram aproveitados. O lateral-esquerdo Fernando Rossi nem estreou.

Quebra-cabeça

Para a partida contra o Cianorte, no domingo, o gerente de futebol Laércio Junior será o técnico. Ele já quebra a cabeça para montar a escalação com tantos desfalques. Se não bastassem as dispensas, o técnico interino não poderá contar com o meia Lecão, que sofreu uma fratura no pé direito em uma dividida com o lateral André Luiz, do Paraná, com o lateral-direito Fernandinho, que torceu o tornozelo esquerdo, e com o zagueiro Sandro, suspenso pelo 3.º cartão amarelo. A boa notícia é o retorno do zagueiro Chicão e do volante Vitor Hugo, que cumpriram suspensão. ?Vamos buscar alternativas dentro do elenco para armar um bom time e tentar somar pontos em Cianorte?, disse o interino. Enquanto isso, a diretoria trabalha para contratar o novo técnico, que pode ser anunciado até o final de semana. Entre os nomes cogitados estão os de Renato Trindade e Val de Mello, mas a corrente mais forte é a de técnicos que estão no interior paulista, caso de Paulo Comelli.

Bianchini também roda no Iguaçu

Carlos Simon

Orlando Bianchini não resistiu à humilhante goleada por 8 a 2 para o Engenheiro Beltrão e foi demitido ontem de manhã pela diretoria do Iguaçu. Além do técnico, outros cinco jogadores pegam carona na barca e deixam a equipe. Os nomes, porém, só serão anunciados hoje. O presidente Hirohito Migasaki prefere anunciar as dispensas pessoalmente aos atletas.

Enquanto um novo técnico não é contratado, o auxiliar Toninho Paraná assume interinamente o cargo. Ele comanda a equipe contra o Real Brasil, domingo, em União da Vitória. Bianchini também era o treinador quando o Pantera tomou bordoada parecida no Campeonato Paranaense de 2007 8 a 0 para o Atlético, na última rodada da 1.ª fase.

Extracampo

Para a direção do Iguaçu, pior do que o fraco desempenho no estadual é o comportamento extracampo inadequado da alguns jogadores. Coincidência ou não, a goleada histórica ocorreu na única partida em que nenhum dirigente pôde acompanhar a delegação por causa de compromissos particulares.

Além da guilhotina, a diretoria resolveu cobrar melhores resultados de forma mais intensa. O Iguaçu é o antepenúltimo colocado do estadual, com 5 pontos. Só um à frente do lanterna CAC/Portuguesa.

Apesar de ser o goleiro mais vazado do campeonato, Rudi, que tomou 7 gols na quarta-feira e foi expulso ao cometer o pênalti que gerou o oitavo, não será incluído no listão de dispensados. A diretoria acredita que o goleiro tem crédito feito e dará mais uma chance a ele.

Bianchini é o quinto técnico a perder o emprego no Paranaense. Antes dele, caíram Itamar Bernardes (Rio Branco), Dirceu de Mattos (Paranavaí), Val de Mello (Adap Galo) e Rafael Camarotta (Cascavel).

Cuspindo fogo na Cobra

?É um bando de amadores?, disparou Rafael Camarotta, horas depois de ser demitido do Cascavel. Sem papas na língua, o técnico destilou seu inconformismo contra a diretoria da Cobra, a quem acusou de estar mais interessada em lucro que no desempenho do time.

Rafael foi dispensado depois da derrota por 1 a 0 para o Paraná, quarta-feira, no Olímpico. Apesar do fraco desempenho na partida, o técnico fazia trabalho razoável, conquistou 9 pontos em 7 jogos, nada diferente do esperado para uma equipe intermediária no estado.

O ex-goleiro de Coritiba e Atlético partiu para o ataque e disse que só saiu porque não aceitava interferências na escalação por parte da diretoria. Queriam dar pitaco, escalar esse ou aquele porque é da empresa deles. Isso eu não faço, não é da minha criação. Sou técnico do Cascavel, não da Toque de Classe. Então nem precisava de treinador?, esbravejou, referindo-se à empresa paulista que toca o futebol profissional do Cascavel.

Omelete sem ovos

O técnico lembra que assumiu o cargo em 3 de janeiro e teve só seis dias para preparar o time. ?Despejaram um monte de jogadores só para ganharem experiência. Mas só uns sete têm condições de encarar a 1.ª divisão do Paraná. Como é que eu ia fazer omelete sem ovos, detonou Rafael.

?Fico triste pela cidade da Cascavel, que me recebeu muito bem. Todo mundo com quem conversei ficou p… com essa história?, continuou.

Mesmo com a experiência malsucedida, o paulista Rafael pretende se estabelecer no Paraná. Ele garante já ter recusado propostas de dois times da Série Ouro do estado. ?Quero algo maior. Não adianta pegar time na zona de rebaixamento?, falou o polêmico treinador, que aguardará novas propostas em São Paulo.

O diretor-técnico da Toque de Classe, Laércio Júnior, que comandará interinamente o Cascavel no jogo de domingo contra o Cianorte, rebateu as acusações do técnico. ?Ele tinha liberdade para escalar quem quisesse. Só falamos que alguns jogadores não tinham condição técnica de seguir na equipe?, respondeu. Laércio disse que não se sentia confortável para comentar outras acusações de Rafael e designou um dos donos da Toque de Classe, Cícero Alves Martins, mas ele não atendeu às ligações da reportagem.

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