A violência protagonizada pela torcida do River Plate após o rebaixamento do clube para a segunda divisão do Campeonato Argentino, ocorrido no último domingo, parece não ter acabado. Nesta quarta-feira, uma bomba foi atirada na casa de um dos dirigente do clube, Daniel Mancusi. Houve um princípio de incêndio no local, mas ninguém ficou ferido.
“Imagino que isto não é coisa de quem realmente torce para o River”, disse o dirigente, em entrevista ainda em frente à sua residência, no bairro de Villa Urquiza, em Buenos Aires. “Sentimos uma forte explosão e, ao sairmos da casa, vimos que estava pegando fogo na frente”, explicou.
De acordo com Mancusi, esta onda de violência ainda deve continuar. Ele afirmou que torcedores estão colocando na internet endereços das casas de dirigentes, com o objetivo de dar prosseguimento aos protestos pela queda. “Medo não tenho, mas estou preocupado”, afirmou.
A violência, no entanto, não se restringe a pessoas ligadas ao River Plate. O árbitro Sergio Pezzotta, que apitou a partida do último domingo, diante do Belgrano, que definiu o rebaixamento da equipe, já havia reclamado de ameaças no intervalo do confronto. “Pezzotta segue recebendo ameaças em sua casa, situação que já denunciamos”, revelou o líder do Sindicato dos Árbitros da República Argentina, Guillermo Marconi.
A situação pode prejudicar o próprio clube. Além dos danos causados ao Estádio Monumental de Nuñez no último domingo, que levarão algum tempo para serem reparados e exigirão altos gastos, a equipe pode receber punições com multas e perda de pontos na segunda divisão.
Maior campeão da história do Campeonato Argentino, com 33 títulos, 10 a mais que seu principal rival Boca Juniors, o River Plate jogará na segunda divisão pela primeira vez em seus 110 anos de história. A queda foi selada com o empate por 1 a 1 diante do Belgrano, em confronto válido pela repescagem, no último domingo, no Monumental de Nuñez.