Preocupados com os rumos do futebol brasileiro com a saída de Ricardo Teixeira da CBF, principalmente com o que consideram uma “paulistização” do comando da entidade, dirigentes dos quatro grandes clubes do Rio articulam nos bastidores para construir uma agenda conjunta de propostas e projetos para este período de transição de poder.
“Estamos contatando os clubes do Rio para achar uma posição unitária, uma agenda única”, contou à Agência Estado Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo e um dos idealizadores da fundação do Clube dos 13, em 1987, quando a CBF passava por seu momento de maior fragilidade.
Segundo Braga, os clubes cariocas precisam exercer sua força no cenário nacional e evitar uma concentração de poder nas mãos de personalidades paulistas, ainda que ressalve que não há nenhuma intenção de litígio com o presidente José Maria Marín ou os dirigentes da FPF (Federação Paulista de Futebol).
Entre os pontos citados como cruciais está a criação de uma liga profissional comandada pelos clubes, com autonomia para administrar as competições esportivas, com a CBF concentrando o gerenciamento das seleções e representando os clubes internacionalmente.
Outro ponto que deve ser abordado é a mudança do estatuto da CBF, principalmente no que se refere ao mandato do presidente. Braga defende um período de quatro anos com direito a apenas uma reeleição. No momento, ele descarta haver pressão para a convocação de novas eleições, pelo menos não sem uma alteração do estatuto.
Os quatro presidentes de Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco ainda evitam abordar o tema e esperam a poeira baixar para atacar a questão com mais firmeza.P