Cartolas do futsal são indiciados por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro

Um ano após renunciar à presidência da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), Aécio de Borba Vasconcelos foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará por formação de quadrilha, estelionato, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária. O processo investiga desvio de R$ 31 milhões em patrocínios do Banco do Brasil e dos Correios, para CBFS, nos anos de 2013 e 2014.

Além de Aécio de Borba, foram indiciados pela Polícia outras seis pessoas, dentre elas Renan Tavares, ex-presidente da CBFS, e a atual vice-presidente de competições da entidade, Louise Anne Vale Bedê. Borba renunciou em 2014, sendo substituído por Tavares. Este ano foi a vez deste abandonar o cargo. Marcos Madeira foi eleito com apoio de Tavares, que indicou Bedê para continuar na CBFS. Tal nomeação causou boicote dos jogadores à seleção.

A pivô das investigações é a Arfe Produções Logísticas, que fez os contratos com o Banco do Brasil e os Correios para CBFS. Os executivos da Arfe, Felizardo da Nóbrega Machado e José Armando Silva Gondim, também foram indiciados no processo.

A Polícia identificou que a Arfe serviu para ‘lavar o dinheiro’ do patrocínio conseguido no Banco do Brasil e nos Correios. A empresa tinha uma sala funcionando ao lado da sede da CBFS, em Fortaleza. O delegado Jaime de Paula Pessoa, que comandou as investigações, descobriu que a Arfe fez depósitos nas contas particulares de Renan Tavares e Louise Bedê.

“Essa empresa foi criada exclusivamente como manobra para desvio de verbas da Confederação e lavagem de dinheiro. Eles usavam uma empresa de eventos para fazer estes pagamentos, quando a Confederação estava com as contas bloqueadas”, relata o delegado.

Jaime Pessoa destaca que reuniu toda documentação que comprova os desvios. A Arfe, segundo o delegado, tinha como garantia de suas ações o Centro de Treinamento da Confederação, em Iparana, na cidade de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. “A Arfe fazia até empréstimos para a Confederação, dando como garantia o Centro de Treinamento”, denuncia Jaime Pessoa.

O processo foi enviado à Justiça, que remeteu ao Ministério Público Estadual para se manifestar pela denuncia dos indiciados ou determinar novas diligências. Os indiciados ainda não se manifestaram.

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