Três dias depois da abertura do Campeonato Brasileiro, a CBF realizou ontem o Congresso Técnico do torneio. A adoção dos cartões vermelho e amarelo como critério de desempate, a punição de jogar com estádios fechados, o combate ao carrinho e outros itens polêmicos da competição foram debatidos ontem, pelos clubes e federações envolvidos nas séries A e B.
O evento foi sediado no Rio de Janeiro e transmitido ao vivo em circuito de vídeo a todos os Estados com clubes na 1.ª ou na 2.ª divisão. Do trio-de-ferro, somente Paraná e Coritiba enviaram representantes – a maior audiência foi a de árbitros da FPF.
O diretor-técnico da CBF Virgílio Elísio explicou, entre outros pontos, que o menor número de cartões vermelhos, e depois de amarelos, será usado como desempate se dois ou mais clubes se igualarem em pontos ganhos, vitórias, saldo e número de gols. A intenção é reduzir ao máximo a possibilidade de sorteio, o último critério.
Já o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Armando Marques, salientou repetidamente, que os carrinhos ?lesivos?, mesmo que dados de frente ou de lado, devem ser punidos com cartão vermelho. Jogadores que comemorarem os gols ?com excesso?, ou tirando a camisa, levarão o amarelo.
Último a palestrar, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Luiz Zveiter, afirmou que a regra que obrigava os clubes penalizados por incidentes em seus estádios a jogar a 150 quilômetros de suas sedes -aplicada até o ano passado – não surtiu o efeito necessário. ?Havia muita reincidência, alguns clubes eram punidos cinco ou seis vezes?, afirmou, acrescentando que a nova regulamentação – que força o punido a jogar na própria cidade, mas com portões fechados – não é um ?primor?. ?Mas é o melhor que pode ser feito?, disse.
Zveiter reiterou ainda que o STJD não vai admitir o ingresso na Justiça Comum através de ?laranjas? – numa clara referência ao caso do Brasiliense, que desobedeceu determinação para jogar com portões fechados amparado por liminar obtida por um torcedor.