O velocista Nesta Carter foi à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), nesta quarta-feira, em Lausanne, na Suíça, para apelar contra a punição que cassou a medalha de ouro olímpica que a equipe jamaicana, liderada pelo astro Usain Bolt, conquistou na prova do revezamento 4×100 metros dos Jogos de Pequim, em 2008.
A punição, anunciada em janeiro passado, foi aplicada depois que Carter testou positivo para metilhexanamina, um estimulante proibido, na reanálise das amostras dos exames antidoping realizados pelos atletas na Olimpíada de 2008 pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
Naquela final olímpica realizada na China, o velocista abriu o revezamento para a equipe jamaicana, que venceu a prova com o tempo de 37s10, então o recorde mundial do 4x100m. Porém, o resultado foi desqualificado pelo COI em janeiro passado, quando por consequência Bolt perdeu uma das nove medalhas de ouro olímpicas conquistadas na sua histórica carreira.
Além de Carter e Bolt, a equipe da Jamaica também foi composta na final daquela prova de 2008 por Asafa Powell e Michael Frater. E, com a anulação do resultado obtido pelo quarteto dentro da pista, a equipe do Brasil, que terminou em quarto lugar, herdou uma medalha de bronze olímpica quase oito anos depois dos Jogos de Pequim.
Na Olimpíada de 2008, o quarteto do País foi composto por Vicente Lenílson, Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos Moreira, o Codó, que completaram a distância em 38s24. E a punição imposta à equipe jamaicana também fez com que o time de Trinidad e Tobago, segundo colocado na pista, herdasse a medalha de ouro do revezamento, enquanto o Japão, terceiro colocado, passou a ser declarado como o novo dono da medalha de prata.
A punição aplicada pelo COI à Jamaica também “estragou” uma parte do grande feito de Bolt, que havia conquistado três medalhas de ouro – nos 100m, 200m e 4×100 metros – em três Jogos Olímpicos consecutivos, de 2008 a 2016.
A audiência na qual Carter entrou com o recurso contra a punição aplicada a ele e à equipe jamaicana dos Jogos de 2008, nesta quarta-feira, tem previsão de durar várias horas, sendo que o veredicto final após a apelação deverá ser anunciado nas próximas semanas.
Hoje com 32 anos de idade, Carter foi apenas um entre as dezenas de atletas que foram flagrados em reanálises dos exames antidoping guardados pelo COI dos Jogos de Pequim e de Londres-2012. As amostras foram reanalisadas na esteira dos escândalos de doping que abalaram o atletismo nos últimos anos e principalmente a Rússia, acusada de implementar um enorme sistema ilegal de dopagem que teria o apoio do próprio governo russo. Por causa de seu envolvimento em um grande número de casos de doping, o país foi proibido de participar das disputas do atletismo da Olimpíada do Rio, em 2016.