Carrasco diz que seu time não tem titular definido

Depois do alemão Lothar Matthäus, em 2006, o Atlético volta a ter um treinador estrangeiro. O novo técnico é o uruguaio Juan Ramon Carrasco, que foi apresentado ontem na Arena da Baixada. Em seu discurso, ele mostrou que está disposto a enfrentar alguns paradigmas tradicionais do futebol brasileiro e que são tratados como “lei” pelos treinadores do país.

Carrasco, por exemplo, gosta de mudar a escalação da equipe com constantemente e não é adepto de titulares absolutos no time. Em outras equipes em que trabalhou, nem os goleiros podiam se sentir donos da camisa 1. Segundo o técnico, isso faz bem para o elenco, para que o grupo não fique dependente de alguns jogadores. Por sinal, algo em que o próprio Atlético se viu envolvido quando criou a “Baierdependência”. Em 2010, a centralização em torno do meio-campo Paulo Baier foi o período mais acentuado. Sem o capitão em campo, e suas precisas bolas paradas, o time não rendia o mesmo.

Com Carrasco, avisa o treinador, isso vai mudar. “O futebol é coletivo e o jogador tem que se harmonizar com o funcionamento do time, porque se o imprescindível se lesiona tem que mudar a estratégia por cque este jogador não está. Isso não’, explicou o uruguaio, garantindo que o método faz parte do seu estilo de trabalhar. “É a minha forma de trabalhar. Não é querer dizer que é para o Carrasco ser diferente. Fazemos isso para benefício da equipe”, disse.

Outra “inovação” trazida por Carrasco é que o time pode ter um novo capitão a cada jogo. Para Carrasco, independentemente de o jogador estar com a braçadeira, quando ele é líder ninguém lhe tira esta qualidade e incumbência de ajudar a comandar a equipe. “Se a faixa faz o jogador crescer e ser mais importante, porque tem que ser privilégio de um jogador só? O capitão vai ser líder com ou sem a faixa. Isso é democrático”, explicou. Com isso, as chances de Paulo baier perder a tarja que carrega desde 2009 são grandes.

Apesar do estilo bem diferente, o treinador uruguaio se diz maleável e que gosta de conversar. Além disso, promete implantar a nova filosofia aos poucos. “Cada maestro com seu livro, não quer dizer que é determinante. Sou consciente que vamos pelo caminho do diálogo e não na exigência”, afirmou.

Para facilitar este novo caminho, o atacante ‘Morro’ García que trabalhou com Carrasco em 2010, ainda no Nacional, dever ser uma das vias usadas para ajudar o restante do grupo a se adaptar ao novo sistema.

“O Morro já conhece parte do funcionamento e é uma peça a favor para que ajude, em um curto tempo, a a evolução do trabalho. Temos que fazer um curso intensivo para chegar no dia 22 (estreia no Paranaense) preparado”’, disse o treinador.

Veja galeria de fotos do Carrasco.

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