Manny Pacquiao não é apenas o melhor lutador de boxe da atualidade. O filipino, que completa 33 anos no dia 17 de dezembro, é um homem de negócios e está sempre preocupado com a sua imagem fora dos ringues. Com uma cadeira no Senado de seu país, ganhador de US$ 30 milhões em cada uma de suas últimas apresentações – inclusive a deste sábado, diante do mexicano Juan Manuel Marquez, no MGM Hotel, em Las Vegas, nos Estados Unidos -, ele faz de tudo para ser elegante, educado e atencioso com todos que o cercam.

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Seu maior desafio diante de Marquez é conquistar o público mexicano. Não a ponto de ter a sua torcida, mas pelo menos ganhar a simpatia dos fanáticos torcedores rivais. Afinal, não é por acaso que o filipino possui o apelido de “carrasco de mexicanos”. Muito de sua vitoriosa carreira foi construída sobre triunfos diante de grandes nomes do México. No total, foram 12 duelos: dez vitórias, um empate e uma derrota. Os maiores rivais foram Eric Morales (três vezes) e Marco Antonio Barrera (duas).

Para diminuir a raiva mexicana, Pacquiao até gravou vários vídeos com mensagens para os mexicanos. Na apresentação da luta deste sábado, realizada na Cidade do México, ele aceitou cantar músicas mexicanas ao lado de Marquez, recebendo o aplauso das mais de 50 mil pessoas que foram ao evento. Agora, uma camiseta bastante espirituosa está sendo vendida em Las Vegas. Ela mostra Pacquiao em pé, diante dos rivais mexicanos caídos, com a frase: “Não é nada pessoal. Estou apenas fazendo meu serviço.”

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“Acho interessante Manny ter esta preocupação. Nós não vamos torcer nunca por ele, mas sempre teremos respeito por sua atitude em cima do ringue”, afirmou o mexicano Miguel Martinez, de 67 anos, que diz acompanhar todas as lutas dos grandes pugilistas do México. “Semana que vem vou ver Julio Cesar Chavez Jr. diante de Peter Manfredo”, garantiu o empresário, que está em Las Vegas com a esposa, dois filhos e um neto. Aliás, Chavez Jr. é um dos nomes cotados para poder enfrentar Pacquiao num futuro próximo.

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ADVERSÁRIO – Juan Manuel Marquez é de uma família de pugilistas. Seu pai lutou e seu irmão, Rafael Marquez, é um grande campeão no peso galo. Aos 38 anos, o adversário de Pacquiao neste sábado construiu uma carreira digna dos maiores “guerreiros” mexicanos dos ringues. Seu nome está entre os maiores boxeadores de um país apaixonado pelo boxe. E sua infância foi mais dura que qualquer combate nos ringues. “Nós éramos oito pessoas em uma casa de dois cômodos”, lembra, com lágrimas nos olhos.

Desde os seis anos, Marquez trocava socos com travesseiros com seu irmão Rafael. “Sabíamos desde o começo que nossas vidas dependiam do boxe. De vitórias”, conta o pugilista. Por isso, ele jamais perdeu uma luta sem deixar sua alma no ringue (tem cinco derrotas no cartel). E neste sábado, diante de Pacquiao, não será diferente. “Durante os cinco meses em que treinei no México, convivi com pessoas que me incentivaram para a vitória. Eles disseram: ‘Você pode vencer, você vai vencer’. Não posso decepcioná-los.'”

O técnico Ignacio Beristain, recentemente colocado no Hall da Fama do Boxe, está impressionado com seu pupilo. “Nunca o vi desta forma. Está mais forte, mais rápido, mais confiante”, avisa. Marquez diz ser o único a ter o antídoto para vencer Pacquiao. “Em 2004, perdi por um ponto. Em 2008, empatamos. Respeito muito Manny, mas, desta vez, vencerei. E por nocaute. Para não haver dúvidas. Pacquiao e Freddie Roach (técnico do filipino) também sabem disso”, garante o mexicano, sem piscar.