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Carlinhos Neves: histórias do melhor preparador físico do Brasil

Manhã ensolarada em Curitiba. Sorriso estampado no rosto. Lá do outro lado da rua vem o melhor preparador físico do Brasil. “Não é verdade, mas vamos espalhar isso aí”, brinca Luiz Carlos de Souza das Neves. Curitibano, 62 anos, e agora avô de um menino. Carlinhos Neves, como é conhecido, é só alegria. Após deixar o Atlético-MG ao final do ano passado, o preparador físico optou pela paz. Com quase 40 anos de carreira no futebol, ele ressalta que precisava de um descanso, de um conforto da família, de uma Curitiba.

“Estou adorando esse momento. Eu amo Curitiba, encontrar os amigos em cada esquina da cidade, curtir a minha família, jogar as minhas peladas, ir a shows. Tem sido muito bom isso. Parar foi uma decisão difícil, muito pensada. Entendi que eu precisava me reoxigenar. Mas ainda tenho muito contato com o pessoal do futebol, toda hora alguém te telefona”, destaca Carlinhos.

De fato, o celular do preparador físico não dá tréguas. Afinal, como que um dos caras mais respeitados do futebol brasileiro está parado? Não, Carlinhos Neves nunca está parado. O curitibano não consegue viver sem o futebol. “Tenho acompanhado direto, mas de uma outra maneira, agora como espectador. Tem sido uma experiência diferente, que há tempos eu não tinha”, declara. Não tem mesmo como Carlinhos ficar sem futebol. A história começou em 1977, quando foi estagiário nas categorias de base do Coritiba. Meses depois já estava efetivado para trabalhar com o técnico Dirceu Krügger.

Já no início dos anos 80 veio a transferência para o Atlético e o primeiro título profissional. “É claro que o título mais importante é o último que você ganhou, mas o primeiro, com o Atlético foi demais. Era um time que marcou época”, diz Carlinhos. De fato, o Rubro-Negro contava com a dupla Washington e Assis, que ficou pra história do clube.

Na sequência, Carlinhos se transferiu para o Pinheiros onde também foi vencedor, com dois títulos estaduais. A carreira de conquistas foi seguida em outros grandes clubes do futebol brasileiro, como Grêmio, Palmeiras, São Paulo, Botafogo e Galo. “Vieram os títulos brasileiros, a Libertadores e o Mundial pelo São Paulo. Ninguém ganha título sozinho. Tenho orgulho de ter participado de tudo isso”, ressalta o preparador.

Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.

 

O bom desempenho nos clubes fez com que Carlinhos chegasse à seleção brasileira na Era Mano Menezes. Com a Canarinho, o curitibano faturou a medalha de prata nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Fora do Brasil, Carlinhos também teve a oportunidade de brilhar. Em 2015, conquistou a Super Copa da China, pelo Shandong Luneng. “A passagem pela China foi genial, talvez, mais culturalmente do que profissionalmente. Parecia que estávamos em férias, só que ganhando e trabalhando. Foi uma época que marcou muito pra mim”, relembra.

Com tantas histórias e parcerias dentro dos gramados, Carlinhos admite que bate “aquela coceira” para voltar. “Vamos deixar esse período até depois da Copa do Mundo, mas depende muito de avaliação. De repente surge alguma novidade, alguma ideia que faça com que o olho brilhe novamente”, conclui. É bom espalhar, o melhor preparador físico do Brasil está livre.

Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.
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