O gol que abriu o caminho para a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Deportivo Lara teve um gosto especial para Emerson Sheik, que voltou a balançar as redes na Copa Libertadores, competição que fez com que ele se tornasse um dos ídolos da torcida. Justamente essa idolatria, sua experiência e o currículo vitorioso fizeram com que o técnico Fábio Carille não pensasse duas vezes quando viu a oportunidade de tê-lo na equipe.
O treinador é sempre muito comedido quando analisa um jogador. Porém, quando se refere a Sheik, foge um pouco de sua habitual estilo e é só elogios ao jogador, que também é seu amigo.
“A gente precisava encorpar nosso time, ter mais respeito. Colocar um Sheik, campeão da Libertadores e do mundo, dá um peso maior. Quando começou a falar do nome dele, a gente já acelerou as negociações. Ano passado faltou isso nos momentos em que não conseguimos os resultados. O Jô trouxe um pouco isso, dentro e fora de campo, mas foi só. Faltou essa experiência”, disse o treinador, lembrando alguns momentos adversos da equipe em 2017.
Nesta quarta-feira, Emerson mostrou um pouco o que significa tal liderança e importância para a equipe. Mesmo não fazendo uma boa atuação, o atacante de 39 anos fez a diferença e, com um bonito cabeceio, abriu o placar para o Corinthians. Após seu gol, o ritmo da partida mudou totalmente e ficou mais fácil para o clube brasileiro.
Ele voltou ao Corinthians com contrato válido apenas até o meio do ano. Existia uma desconfiança geral sobre seu futuro e talvez até o próprio jogador não tivesse tanta certeza de como estaria tecnicamente. Entretanto, Sheik garante que mudou para conseguir voltar com capacidade para ajudar a equipe, não se apegando apenas pelo que fez no passado.
“Tive uma conversa com o Duílio (Monteiro Alves, diretor de futebol do Corinthians) e ele me disse que teria sim uma chance de eu voltar, mas que eu precisava mudar alguns hábitos. As diversões, vocês sabem. Hoje eu tenho maiores cuidados, alimentação e sei como é importante me recuperar bem, dormir bem”, contou o “novo” Emerson.
Sheik é o jogador que Carille acredita que vai chamar a responsabilidade para si nos momentos de adversidades e passar tranquilidade para os mais novos, como faz um experiente e vitorioso jogador. Diante do Deportivo Lara, pelo menos, ele agiu como espera o treinador.