O técnico Fábio Carille contrariou as recomendações médicas e compareceu ao treino do Corinthans desta terça-feira. O treinador havia realizado procedimento no joelho esquerdo na segunda e foi orientado pelo médico Joaquim Grava repousar pelo menos um dia. Durante a atividade, ele ficou sentado no banco de reservas com a perna esquerda esticada.
Quem comandou os jogadores no campo de fato foi o auxiliar Leandro da Silva, o Cuca. Carille recebeu injeção de ácido hialurônico no joelho para aliviar inchaço no local. O líquido preencheu a falta de cartilagem na região e ajudará a diminuir o impacto durante os treinamentos.
A atividade desta terça não contou com as presenças de alguns jogadores que devem ser titulares no clássico de sábado contra o Santos, às 17 horas, na Arena Corinthians, como o lateral-esquerdo Danilo Avelar, que ficou na academia, e o meia Sornoza, que fez um trabalho separado do elenco.
O volante Junior Urso treinou normalmente e deverá ficar à disposição do treinador após desfalcar o time nos últimos cinco jogos por causa de uma lesão muscular na coxa direita. O jogador concedeu entrevista nesta terça e aproveitou para rebater as críticas feitas há algumas semanas pelo centroavante Mauro Boselli. O argentino chegou a reclamar de que a bola chegava pouco para ele no ataque.
“Não vou concordar 100% com o Boselli que as bolas não chegam. Talvez ele queira de um jeito e está indo de outro. Os demais estão tentando. É diferente a característica de Love e Gustavo, são mais brigadores. Tem que procurar mais o Boselli, não o espaço. Dependendo da partida não acontece isso, difícil entrar numa defesa fechada e achar o passe. Mas o estilo de jogo não atrapalha”, disse.
Independentemente de quem tenha razão, o fato é que o Corinthians não vence há cinco rodadas no Campeonato Brasileiro e deixou o G4 da competição após derrota para o Cruzeiro por 2 a 1 no último sábado. “É duro ficar fora e infelizmente estamos em uma sequência sem vitórias. No Corinthians isso pesa muito. Temos condições de correr atrás, de voltar para o G4. O São Paulo nos passou, mas ficou atrás da gente em boa parte do tempo. Temos condições de retomar isso”, comentou o jogador.
Urso também se mostrou incomodado com o excesso de críticas que a equipe recebe. Na visão dele, o time não faz uma temporada ruim, já que no primeiro semestre conquistou o título paulista e agora está entre os cinco melhores do Brasileiro – ocupa atualmente justamente a quinta posição, com 44 pontos.
“Um trabalho que era excepcional hoje é questionado. Não muda nada para a gente, mesmo ambiente, mesmo treinador com muita qualidade. Teve jogos que fomos muito superiores e nem por isso recebemos os elogios devidos. Quando há derrota ou empate há questionamentos. Há muitos questionamentos, mas a gente mantém o foco para terminar numa colocação boa de (classificação para a) Libertadores”, analisou.
No clássico com o Santos, a tendência é a de que Urso comece no banco de reservas. Nas duas últimas partidas, Carille optou por uma escalação com apenas um volante na marcação. Sornoza e Mateus Vital completaram o setor. O volante, no entanto, mantém esperanças de estar em campo.
“Se o professor optar por mim… O futebol está tão moderno que neste (esquema) 4-3-3 é tão difícil de ver o camisa 10, o futebol mudou, temos mais força que qualidade. Ao meu ver, posso entrar nesta função para ajudar a defesa e chegar ao ataque. Mas, independentemente disso, temos de vencer, chegou ao limite de jogos sem vencer, ainda mais num clássico, que pode nos impulsionar para coisas a mais”, encerrou.