O Atlético se despediu ontem, definitiva e melancolicamente, de qualquer possibilidade de se classificar para a próxima fase do Campeonato Brasileiro. Mais do que isso, deixou o gramado sendo chamado de “timinho” e de covarde por ter tido três expulsões em jogadas violentas. Nada que lembrasse a tradição rubro-negra de jogar com raça e com o coração.
Em mais um vexame na competição, o campeão brasileiro perdeu para o Cruzeiro por 4 a 1, em Belo Horizonte. O técnico Abel Braga, do Furacão, armou uma arapuca para surpreender o time de Vanderlei Luxemburgo, mas a armadilha pifou. As peças colocadas na defesa desapontaram e facilitaram as coisas para o ataque da Raposa. O Rubro-Negro começou esperando demais o adversário, traiu sua característica e o castigo veio logo, através de um próprio atleticano. Recuado demais, trouxe os mineiros para cima, pedindo o gol. Numa boa cobrança de escanteio de Rondinelli, o zagueiro Ígor cabeceou errado e marcou contra.
O gol sofrido não animou muito o time da Baixada. O desânimo era total e as investidas ao ataque eram esporádicas. Numa delas, foi a vez da defesa cruzeirense bobear. Num levantamento de Kléberson, o mesmo Ígor subiu mais e empatou o jogo. A reação atleticana parou por aí. O que se viu na sequência foi o mesmo time que se arrasta em campo e espera o adversário tomar a atitude da partida. Ainda em busca da classificação, a Raposa foi para cima com mais volúpia e Fábio Júnior desempatou, na sequência, de cabeça.
Mesmo com a desvantagem no placar, a reação foi apenas burocrática, com alguns chutes a gol. Do outro lado, o time da casa continuava indo para cima e, para fechar o primeiro tempo, chegou ao terceiro gol. Em mais um levantamento de Rondinelli, Luisão aproveitou para cabecear para a meta de Flávio, que aceita o gol.
Para tentar criar um fato novo, Abelão desmonta sua arapuca pifada e coloca o time para atacar. Sai Alan e entra Dagoberto, mas Fabiano começa a por tudo a perder ao dar uma cotovelada em Ruy, sendo expulso de campo. Com um a menos, o treinador pôs Fabrício no lugar de Kléber para recompor a defesa. No mesmo momento, Marcelo Batatais aumentou o marcador para 4 a 1. A coisa estava tão feia que Dagoberto deu um pontapé por trás em Luisão e também foi para o chuveiro mais cedo. Com dois a menos, o Rubro-Negro recuou e tratou de se defender. Sem mais ambições na partida, os dois times trataram de tocar a bola e fazer o tempo passar. Mas, Douglas Silva ainda arranjou uma forma de entrar em férias mais cedo.