Capoeirista curitibano é convocado para mundial

O capoeirista João Otávio Xavier, de Curitiba, vai integrar a delegação brasileira no Mundial de Artes Marciais e Culturais, na Coréia do Sul, em dezembro. João Otávio, 18 anos, treina capoeira graças a um projeto da Fundação de Ação Social (FAS), no Cajuru.

“Sempre tive vontade de fazer capoeira, mas minha família não tinha condições de pagar a mensalidade”, diz João Otávio. “Minha oportunidade surgiu quando a FAS levou o projeto para o meu bairro. Agora vou representar o Brasil no outro lado do mundo”.

João Otávio garantiu sua vaga no mundial ao ganhar medalha de ouro no 12.º Campeonato Brasileiro de Capoeira, que foi disputado no início de setembro, em Goiânia. Ele foi campeão na categoria aspirante juvenil.

De origem humilde, o adolescente precisou superar dificuldades além das competições de capoeira para garantir sua vaga. Após sete anos de muita dedicação a jovem revelação começa a colher os frutos de seus esforços.

A capoeira não representou apenas uma oportunidade esportiva para João, mas uma nova forma de enxergar o mundo. “Ter acesso às aulas mudaram minha vida pra melhor. Antes eu era bastante encrenqueiro, mas com a capoeira, a gente muda e passa a contemplar uma nova filosofia, a de exercícios e disciplina”, afirma.

Oito jovens atendidos pela FAS disputaram o Brasileiro de Capoeira e por muito pouco João não ganhou a companhia de alguns de seus amigos na viagem à Coréia.

Poliana Gonçalves Leite e Daniele Gonçalves Garcia, de 15 anos, terminaram na segunda posição em suas categorias. Jéferson Juarez da Silva, de 17 anos, e Priscila Jeanine Gonçalves Leite, de 16 anos, terminaram na terceira colocação, contribuindo para que o Paraná alcançasse o terceiro lugar no quadro geral de medalhas.

“João e os outros conseguiram bons resultados graças a sua própria determinação. Eles realmente entraram no espírito das aulas e do programa, desenvolvendo suas habilidades e percebendo a importância da dedicação e da disciplina”, afirma o instrutor Saulo Fábio Gomes, que ensina capoeira no Centro da Juventude Iniciativa Jovem do CRAS Iguaçu, unidade da FAS na Vila São Domingos, no Cajuru.

“Estes jovens encontraram na capoeira a possibilidade de crescimento pessoal, que envolve uma melhora significativa no contexto social e familiar”, afirma a presidente da FAS,Fernanda Richa.

Jéferson Juarez da Silva, que desde 2005 participa de atividades socioeducativas promovidas, pela FAS, tem opinião semelhante. “Antes eu vivia na rua, não me dava bem com minha família e não frequentava a escola”, diz. “Depois que comecei a fazer as atividades, eu percebi o que estava fazendo de errado e que aquela vida de rebeldia não ia me levar a lugar nenhum”.

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