Comemoração

Capitão da Costa Rica vira referência para companheiros

O capitão da Costa Rica, Bryan Ruiz, tem muitos motivos para comemorar a sua participação nesta Copa do Mundo no Brasil. O jogador foi autor de três gols no Mundial e teve decisiva participação na história classificação da seleção de seu país às quartas de final. Mesmo sem pertencer ao seleto grupo dos chamados extraclasse, agora reduzido a Messi e Neymar, Bryan Ruiz é um dos jogadores mais motivados na seleção que se transformou na maior surpresa da Copa de 2014.

Ao derrotar os campeões mundiais Uruguai e Itália e empatar com a Inglaterra, saindo em primeiro lugar do “grupo da morte”, a Costa Rica mostrou a todos que futebol se ganha dentro de campo. No jogo de estreia, diante dos uruguaios, Ruiz marcou um dos gols na vitória por 3 a 1 e fez o único do triunfo contra a Itália, que desembarcou no Brasil como uma das candidatas ao título, voltou a marcar no começo do segundo tempo diante da Grécia, pelas oitavas, e converteu a sua cobrança na decisão por pênaltis.

Além da campanha histórica, Ruiz passa por um momento especial em Santos. Casado há pouco mais de um mês com Carolina Jaikel, o meia-atacante vive uma dupla lua de mel. Uma à distância, com o seu país, onde é considerado tão herói quanto o goleiro Navas depois do jogo contra o México, e outra, nos dias de folga, com a esposa, que está hospedada no mesmo hotel da delegação, no bairro do Gonzaga, em Santos. “Para mim, está é uma motivação extra, já que me dá muita felicidade. Quando você trabalha feliz é melhor o seu desempenho”, disse Bryan Ruiz após a cerimônia fechada do seu casamento com Carolina, de uma família abastada de San José, no Hotel Intercontinental, na capital da Costa Rica, em 24 de maio, um ano depois de terem se tornado noivos.

No time que joga com uma linha de cinco – três zagueiros fixos e dois laterais que raramente se alternam no apoio ao ataque -, outra de quatro, com apenas o valente Joel Campbell Samuel lutando contra os sistemas defensivos adversários, é Bryan que faz com que a bola chegue ao centroavante ou então se apresenta na frente para fazer gol. “Bryan é uma referência. Além de ser o nosso capitão, está fazendo gols, o que nos dá muita confiança”, disse o volante Celso Borges, após o treino desta quarta-feira, na Vila Belmiro. Borges destacou também a importância do atacante para o conjunto. “Ele participa de todo o sacrifício da seleção para ganhar”.

DIFICULDADES – Bryan, como a maioria dos garotos da Costa Rica que procuram fazer da bola o instrumento para subir na vida e se garantir no futuro, nasceu no bairro pobre de Alajuela e teve infância de dificuldades numa favela. Seu primeiro professor no futebol foi seu avô. Mesmo franzino, aos 10 anos já era o ‘diferente’ entre os meninos de sua faixa etária no Alajuelense, clube que calçou o primeiro par de chuteiras e, ao se tornar profissional, defendeu entre 2003 e 2009. Nos seis anos, disputou 66 jogos e marcou 21 gols. Depois, ele passou três anos no Gent, na Bélgica, e dois no Twente, da Holanda, até ser contratado por cinco temporadas pelo Fulham, da Inglaterra.

No começo do ano, Bryan foi emprestado até o fim da temporada ao PSV, da Holanda, e até o início da Copa ele não sabia qual seria o seu destino quando retornasse ao Fulham para cumprir o contrato que vai até o meio do ano que vem. Como o clube inglês acaba de ser rebaixado é provável que decida pela sua negociação e se depender dele, vai continuar no PSV, que fez planos de montar um time forte para disputar títulos na próxima temporada.

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