O Paraná Clube desta vez não irá se calar. A diretoria deve formalizar ainda hoje um protesto junto à CBF contra o árbitro Wallace Nascimento Valente, do Espírito Santo. Além de marcar um pênalti inexistente – e que acabou determinando a derrota para o Grêmio, no último domingo -, o apitador adotou critérios distintos na aplicação de cartões para as equipes e não deu um pênalti sobre Beto, ainda no primeiro tempo.
O relatório deste jogo já foi encaminhado para o advogado Domingos Moro, que está no Rio de Janeiro, e o departamento jurídico, sob o comando do vice Luiz Carlos de Castro que define a melhor estratégia para a ação junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Sabendo que não conseguirá – como tentou no ?caso? Fluminense – a anulação da partida, a idéia é buscar uma preservação futura, com arbitragens menos tendenciosas. Levando-se em conta apenas lances capitais (pênaltis, gols irregulares e gols anulados), o Tricolor já ?coleciona? um histórico significativo.
Pelo menos seis pontos foram ?tirados? do Paraná no apito. Depois do péssimo desempenho do árbitro capixaba, no Olímpico, até o ?escândalo do apito? envolvendo Edílson Pereira de Carvalho foi lembrado pelos revoltados paranistas, ainda em Porto Alegre. ?A campanha do Paraná no primeiro turno assustou muita gente.
Talvez interesses maiores estejam provocando essa série de equívocos?, disparou o técnico Caio Júnior.
Foi, curiosamente, um fim de semana onde clubes de maior expressão foram beneficiados pelo apito. Corinthians e Atlético Mineiro – a exemplo do Grêmio – tiveram pênaltis inexistentes marcados a seu favor, contra Ponte Preta e Marília. ?No nosso caso, o que mais causou revolta foi a forma como o árbitro usou os cartões para intimidar nosso time. E, do outro lado, o Grêmio chegava junto com a mesma intensidade e nada ocorria?, analisou o vice jurídico Luiz Carlos de Castro.
Foi algo parecido com o que ocorrera frente ao São Paulo, onde o árbitro mineiro Cléver Assunção Gonçalves deu ?salvo conduto? para as jogadas violentas do time paulista. Do outro lado, cada falta cometida valia um cartão.
No final daquele jogo foram quatro amarelos e um vermelho para atletas do Paraná e apenas uma advertência – e por reclamação – para o São Paulo. Wallace Valente, além de prejudicar o Paraná no jogo em que apitou, ?tirou? quatro jogadores da partida frente ao Fluminense.
Na avaliação da comissão técnica, Edinho não merecia a expulsão e pelo menos dois cartões amarelos não foram corretamente aplicados. O clube, até então, temia que uma representação pudesse provocar retaliação. Mas, mesmo calado, o Paraná vem sendo prejudicado nos jogos. Numa matemática simplista, não fossem os erros capitais dos juízes e o clube poderia estar na 3.ª colocação, a três pontos da liderança.
Volta à Vila é questão de dias
Foto: Fábio Alexandre/Tribuna |
Vila Capanema passa por |
Ainda esta semana a CBF deve confirmar a transferência do jogo Paraná Clube x Fortaleza para o Estádio Durival Britto. A tabela original marcava o jogo para o Pinheirão, mas o departamento jurídico encaminhou ontem à entidade os primeiros laudos, visando a liberação da Vila Capanema para jogos do Brasileiro (com capacidade para 16.700 torcedores).
Os comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros fizeram ontem a vistoria da ?casa? tricolor, que ainda recebe os últimos ajustes para a sua reinauguração, no próximo dia 20 de setembro.
A vigilância sanitária e o Corpo de Bombeiros já deram sinal verde e o laudo da PM será entregue hoje pela manhã. ?Esse é o primeiro estágio, pois o clube tem planos de seguir melhorando seu estádio?, disse o gerente social e de marketing, Luiz Carlos Casagrande. A vistoria ocorreu sob o comando do capitão Carvalho, acompanhado do capitão Menegolo e dos tenentes Washington, Cacciatori e Bayer. Ao longo das duas próximas semanas, o Paraná acelera as obras, com os acabamentos finais, colocação de grades e portões e a finalização do centro de triagem do estádio.
?Foi um caminho difícil, mas recompensador. É a realização de um sonho de todos os paranistas?, disse o vice Márcio Villela, que ao lado de Waldomiro Gayer Neto idealizou a obra. ?O projeto só saiu do papel pela união dos paranistas?, frisou. Um movimento que uniu cerca de dois mil tricolores. ?Foram essas pessoas – e que terão seus nomes eternizados em placa – é que realmente fizeram o Paraná voltar para casa?, disse Casagrande. ?Além daqueles que compraram camarotes, tivemos retorno com as contribuições espontâneas?.
O advogado Domingos Moro deu entrada ontem com o processo para a liberação da Vila, que, devido às obras, estava interditada. ?Agora, é só uma questão de esperar os trâmites legais. Nossa preocupação foi sempre atender às exigências do estatuto do torcedor.
Temos um estádio seguro e confortável?, explicou Villela.
O clube – que no último sábado reuniu cerca de oitocentas pessoas no almoço ?Vila, tá na hora!? – ainda disponibiliza cadeiras no estádio, com direito a ingresso gratuito para todos os jogos, até o Paranaense de 2008.
Para o jogo de retorno à Vila, dia 20, já não há ingressos na reta do relógio. ?Curiosamente, os ingressos mais caros se esgotaram antes?, lembrou Villela. Há cerca de 5.000 ingressos, a maioria na curva norte, ao preço de R$ 30,00 (R$ 15,00 para sócios, mulheres, menores, estudantes e idosos).
Time ainda indefinido pra estréia na Sul-Americana
Valquir Aureliano |
Cristiano é uma das opções no ataque. |
O técnico Caio Júnior deve definir num treino tático, hoje à tarde, o time do Paraná Clube para a estréia na Copa Sul-Americana, amanhã – às 19h15, no Pinheirão – frente ao Atlético. Sem o atacante Leonardo, que só deve voltar ao time na próxima semana, o treinador ainda não definiu se vai apostar em Cristiano ou se manterá Henrique no ataque. A comissão técnica aproveitou a tarde de ontem para analisar o teipe dos dois últimos jogos do Rubro-Negro.
?Precisamos melhorar o nosso nível técnico no Pinheirão, independente do gramado?, frisou o treinador. O ataque não é o único setor indefinido. Caio Júnior não antecipou se Edmilson volta à zaga ou se Neguete será mantido. Tampouco deu alguma dica sobre a formação do meio-de-campo. Joelson ainda não conseguiu um bom nível de atuação, mas é um jogador ?importante? na avaliação do comandante tricolor. ?Ele está recuperando o ritmo de jogo e não deu sorte, porque entrou no time em um momento difícil, de instabilidade?, explicou.
Para a posição, Caio Júnior conta com outras alternativas, Sandro – que também vive um momento de oscilação – e Batista, que não atuou em Porto Alegre. O volante foi, ao longo do primeiro turno, um dos jogadores mais regulares do time. Com ele, Edinho subiu de produção e o Paraná ganhou uma jogada forte pelo lado esquerdo. Frente ao Botafogo, Batista fez a sua pior partida no clube.
?O campeonato é longo e esses altos e baixos ocorrem. Agora, é outra competição, onde cada jogo é decisivo?, afirmou o treinador.